Especialista explica a razão e o que mudou com as novas regras do PIX

O Pix, sistema de pagamentos instantâneos lançado pelo Banco Central do Brasil em novembro de 2020, revolucionou as transações financeiras no país com sua funcionalidade de pagamentos instantâneos e gratuitos. O sistema permite transferências e pagamentos em tempo real, 24 horas por dia, sete dias por semana, sem taxas para pessoas físicas na maioria das operações. Essa combinação de rapidez e gratuidade foi determinante para a adoção massiva do Pix por pessoas físicas e jurídicas, promovendo inclusão financeira e simplificando a vida dos brasileiros. Mas a partir deste mês o Pix passará por mudanças, como explica o pró-reitor administrativo e financeiro do UniFavip Wyden, e Especialista em Finanças e Estatística, Rodrigo Cavalcante.

“Em 1º de novembro de 2024, novas regras para o Pix entraram em vigor, visando aumentar a segurança das transações. Uma das principais mudanças é a limitação dos valores transferidos por dispositivos não cadastrados. Agora, ao utilizar um novo aparelho para realizar transações via Pix, o usuário terá um limite de R$ 200 por transação e R$ 1.000 por dia, até que o dispositivo seja devidamente cadastrado junto à instituição financeira. Essa medida busca dificultar fraudes em que criminosos utilizam credenciais roubadas para efetuar transações em dispositivos desconhecidos”, destacou o também docente dos cursos de gestão.

Sobre o cenário econômico atual, o Brasil apresenta alguns pontos dignos de análise, como avalia Cavalcante. “No primeiro trimestre de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) registrou alta de 0,8%, impulsionado por setores como serviços e indústria. Apesar disso, pesquisa da Reuterso aponta que o país tem enfrentado desafios inflacionários, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentando 0,46% em relação a agosto/24 e 4,43% em relação ao ano anterior. Fatores como a seca que afetou a produção agrícola contribuíram para a pressão inflacionária. Esses pontos sugerem uma prioridade no que se refere tanto aos gastos quanto a cuidado com a saúde financeira”, disse.

Em se tratando do uso do Pix, também houve crescimento nos golpes digitais realizados por meio de celulares. “Segundo uma pesquisa realizada pela OLX, no primeiro semestre de 2024, fraudes envolvendo dispositivos móveis resultaram em prejuízos de R$ 58,3 milhões para os brasileiros. A maioria desses golpes está relacionada a pagamentos falsos e invasões de contas. Para se proteger, é fundamental manter aplicativos e sistemas operacionais atualizados, utilizar autenticação em duas etapas e desconfiar de mensagens ou links suspeitos”, explicou o professor.

Em suma, as recentes alterações nas regras do Pix visam aprimorar a segurança das transações financeiras no Brasil. Diante do cenário econômico desafiador, é essencial que os usuários se mantenham informados sobre as mudanças e adotem práticas financeiras prudentes para garantir a eficiência e a segurança de suas operações.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.