Países europeus vão barrar a entrada de quem vive em locais em que a pandemia do novo coronavírus não está controlada quando abrirem suas fronteiras externas, o que está previsto para 1º de julho, informou nesta quinta (11) a Comissão Europeia (poder Executivo do bloco). A lista de países que terão entrada permitida começará a ser elaborada nesta quinta; na prática, residentes no território brasileiro serão impedidos de entrar na Europa enquanto o Brasil não controlar a doença.
Segundo a comissária para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, a situação epidemiológica de cada nação será o principal critério de decisão sobre quem terá acesso ao território europeu, e a lista será ampliada aos poucos. “Como a situação da saúde em certos países terceiros permanece crítica, a Comissão não propõe um levantamento geral da restrição de viagens nesta fase. A restrição deve ser levantada para os países selecionados com base em um conjunto de princípios e critérios objetivos”, afirma comunicado da UE.
O Brasil tem o segundo maior número de casos no mundo e caminha para ultrapassar o Reino Unido e ter o segundo maior número de mortes, mostram dados de um consórcio formado por veículos jornalísticos brasileiros. Além disso, a taxa de contágio no Brasil continua acima de um, o que indica transmissão fora de controle. Além da situação da pandemia, o bloco vai avaliar também a capacidade de aplicar medidas de contenção durante a viagem e medidas de reciprocidade (neste caso, para barrar a entrada dos que não abrirem suas portas aos europeus).
A Comissão Europeia também quer que todos os 27 países membros e os outros quatro que fazem parte da zona Schengen (Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein) encerrem todos os controles nas fronteiras internas até 20 de junho, mas recomenda que a abertura seja feita já na próxima segunda (15). A restrição à entrada de não europeus, que expira no dia 15, será prorrogada até 30 de junho, e, segundo a comissária, a abertura a viajantes de fora do bloco e da zona Schengen deveria acontecer apenas depois que os controles internos forem retirados.
Para os países que ficarem fora da lista de acesso, pode haver exceções para familiares de residentes da União Europeia e da zona Schengen, estudantes internacionais e trabalhadores não qualificados considerados essenciais (como os que trabalham nas colheitas).
Folhapress