A operação da Polícia Federal deflagrada na manhã desta sexta-feira (11) sobre um suposto esquema de venda de presentes dados ao Estado brasileiro durante missões oficiais no exterior traz o tenente do Exércio Osmar Crivelatti como um dos alvos. Ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL), Crivellatti seguiu com o ex-presidente após a sua saída do cargo de chefe do Executivo.
Os mandados foram determinados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e estão sendo cumpridos em Niterói, no Rio de Janeiro; em São Paulo e em Brasília. As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação do que se convencionou chamar “milícias digitais” em tramitação perante o STF.
O militar foi escolhido por Bolsonaro como um dos auxiliares pessoais a que tem direito como ex-presidente. Em 6 de junho de 2022, Crivelatti assinou a retirada de um Rolex do “acervo privado” para o gabinete dele. O relógio, avaliado em R$ 300 mil, foi doado pelo rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdul-aziz em uma viagem oficial e teria sido negociado por Mauro Cid.
De acordo com a PF, os alvos são suspeitos dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. “Os investigados são suspeitos de utilizar a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior”, informou a corporação.
O inquérito apontou que os valores obtidos das vendas desses objetos teriam sido convertidos em dinheiro vivo e “ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”.