Exército muda regras para serviço de blindagem

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Da Folhape

Com o aumento da violência urbana, cada vez mais brasileiros têm blindado os seus carros. Em 2016, por exemplo, mais de 18 mil automóveis ganharam proteção à prova de balas no País, segundo a Associação Brasileira de Blindagens (Abrablin). Mas quem optar por esse serviço agora vai se deparar com regras mais simples e seguras. É que o Exército definiu novas normas para o serviço e elas já estão em vigor.

As novas regras foram instituídas pela Portaria nº 55, do Comando Logístico (Colog) do Exército e trazem três novidades ao processo de blindagem veicular. Para começar, o documento que é emitido pelo órgão com a finalidade de autorizar o serviço agora não se destina apenas a um carro específico. Com a mudança, essa permissão passa a ser fornecida a pessoas físicas e jurídicas e permite a blindagem de mais de um veículo. “Antes, a licença era feita carro a carro, mas agora ela vai para a pessoa ou empresa e tem validade de três anos. E, nesse período, a pessoa pode blindar vários veículos com a mesma autorização”, explicou o presidente da Abrablin, Rogério Garrubbo.

Para o gerente comercial da Full Blindagem, Ivo Queiroz, essa mudança desburocratiza e facilita a blindagem de veículos, mas também encarece o serviço. “As taxas do Exército aumentaram. O CR (Certificado de Registro) sai por R$ 100 para pessoas físicas e R$ 500 para pessoas jurídicas. Antes, a autorização de blindagem custava R$ 25 e R$ 50, respectivamente”, revelou, frisando que o preço da blindagem em si não mudou. O serviço custa, em média, R$ 45 mil e demora 30 dias úteis para ficar pronto.

Por falar em serviço, não é mais possível reparar peças blindadas. “No caso de qualquer avaria ocorrida na blindagem aplicada, a peça deve ser substituída”, determinou o Exército, que, com isso, quer manter a qualidade da blindagem veicular. Queiroz explicou que muita gente costumava ‘consertar’ os vidros blindados que, com o tempo, começam a ficar com bolhas. O reparo, no entanto, não garante o mesmo nível da blindagem anterior. “Agora, há a garantia de que o carro blindado continuará regular”, avaliou.

A segurança também está maior na parte de cima dos veículos. É que agora o teto solar não pode mais ser blindado de maneira simplificada. O equipamento precisa receber uma peça única de proteção à bala. “O nível de proteção balística deve ser o mesmo em todo o veículo automotor. […] A blindagem do teto solar deve consistir de peça única e fixa e de mesmo nível das blindagens aplicadas nas demais partes do veículo”, determinou o Exército.

Por nota, o órgão explicou que o “sistema foi criado para facilitar o controle e simplificar a emissão da autorização do Exército que envolve a blindagem de veículos, trazendo maiores benefícios e segurança ao usuário final”. O aumento da procura pelo serviço e o fato de a norma anterior ser de 2012 e estar defasada também pesaram na decisão, segundo o Exército.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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