Expectativa é de que água do Prata verta

Pedro Augusto

As constantes chuvas que vêm caindo durante este período de inverno no Estado têm provocado diversos estragos em algumas cidades, mas também estão propiciando bons acúmulos de água nas barragens, que atendem à população pernambucana. Na região Agreste, por exemplo, onde o Jornal VANGUARDA possui circulação, num intervalo de quase duas semanas as precipitações ocorridas garantiram acréscimos consideráveis no tocante aos percentuais, até agora contabilizados, em relação ao Prata. Além de Caruaru, esta última barragem, juntamente com a de Pirangi, também é responsável pelo fornecimento de água para mais quatro municípios da região: Agrestina, Ibirajuba, Altinho e Cachoeirinha.

De acordo com os dados da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), até a manhã da terça-feira (30), a Barragem do Prata encontrava-se operando com 70,37% de sua capacidade total de acúmulo de água, que corresponde a 42 milhões de metros cúbicos. Conforme ressaltou, em entrevista ao VANGUARDA, o gerente regional da Compesa, Mário Heitor, no intervalo do dia 19 até o dia 30 do último mês de julho, o sistema específico obteve um salto importante no tocante ao seu volume de água: “Ou seja, passou dos 47,06% para quase 71% de preenchimento de sua capacidade total, um pulo de quase de 24%!”.

E a expectativa é de que o Prata aglomere ainda mais água durante as próximas semanas. “Isso porque ainda nos encontramos no período da quadra chuvosa com a estimativa de mais precipitações na região. Embora nos últimos dois anos, neste mesmo intervalo do ano, a água já havia vertido na Barragem do Prata, não há como não se comemorar o atual acúmulo correspondente a mesma, haja vista que vem chovendo menos no comparativo com 2017 e 2018. Nossa projeção é de que, em 2019, a água do Prata também verta. Já em relação à Barragem de Jucazinho, que por vários anos também abasteceu cidades como Caruaru e circunvizinhas, hoje, encontra-se acumulando apenas 2,50% de sua capacidade total, ou seja, no volume morto”, acrescentou Heitor.

De acordo ainda com o gerente da Compesa, embora atualmente esteja chovendo mais em relação aos meses anteriores de 2019, o sistema de rodízio de água permanece o mesmo na Capital do Agreste. “Hoje o calendário de abastecimento adotado em Caruaru tem correspondido a cinco dias com água e dez dias sem, o que já é um avanço em relação a um passado não tão distante, quando o mesmo sistema funcionava com cinco dias com água e 15 dias sem. É importante ressaltar à população que os sistemas Prata e Pirangi já vêm operando em sua totalidade, descartando qualquer possibilidade de colapso para uma gama de 500 mil habitantes dessas cidades, que são abastecidas por ambos. Estamos adotando a cautela!”, destacou Mário Heitor.

Serro Azul

Tão logo a Barragem de Serro Azul passe a funcionar, a promessa da Compesa é de que o abastecimento em municípios da região seja reforçado com o perigo de colapso, sendo completamente descartado. “A água de Serro Azul chegará até Santa Cruz do Capibaribe com possibilidade de contemplar também a população de Belo Jardim. É uma obra excepcional que, a partir do próximo ano, deixará o Agreste com uma segurança ainda maior na questão hídrica. Não só a população, mas também a nossa economia será beneficiada com ela”, finalizou o gerente.

Bitury

Com as chuvas registradas ao longo das última semanas que melhoraram o nível da Barragem do Bitury, no Agreste do Estado, a Compesa conseguiu retomar a operação do sistema, que atende aos municípios de Belo Jardim, São Bento do Una, Sanharó e Tacaimbó. O manancial saiu do colapso e atingiu um volume de 1.1 milhão de metros cúbicos, o que corresponde a 6,24% de sua capacidade máxima, que é de 18 milhões de metros cúbicos.

“Foi possível começar a abastecer Tacaimbó e programar o início do fornecimento de água de São Bento do Una e de Sanharó. Os bairros de Belo Jardim, que seriam abastecidos após o dia 10 de agosto vão receber água na primeira semana do mês. Entre os bairros beneficiados estão Boa Vista, Cohab II, Viana e Moura da Faculdade”, explicou o gerente da Unidade de Negócios da Compesa, Gilvandro Tito.

O rodízio ainda continuará de cinco dias com água por mês para os quatro municípios, uma vez que o Sistema Adutor do Moxotó/Adutora do Agreste continua paralisado em função da suspensão do bombeamento da água do Eixo Leste da Transposição do São Francisco para a Barragem do Moxotó em Sertânia. “A chuva foi providencial neste momento, que estamos enfrentando essa suspensão do fornecimento de água pelo Velho Chico. A Compesa continua monitorando o enchimento da Barragem do Moxotó, operação comandada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), mas ainda não há uma previsão para o retorno do funcionamento do sistema”, informou o gerente.

Mais barragens

Nos últimos dias, a Compesa também retomou o abastecimento de Pesqueira, na mesma região, após as barragens de Santana, Afetos e Pedra voltarem a acumular água com as últimas chuvas no Agreste. Os bairros Centro, Xucurus e Prado já estão recebendo água nas torneiras e foram os primeiros beneficiados com a rápida ação da companhia para aproveitar o volume armazenado nos mananciais. As localidades serão abastecidas até quarta-feira (31) quando a Companhia deve divulgar um novo calendário de abastecimento para o mês de agosto.

De acordo com a análise da Compesa, a Barragem de Santana acumulou 12% da sua capacidade máxima, que representa 120 mil metros cúbicos. Já a Barragem de Afetos está com 220 mil metros cúbicos, ou seja, 20% da sua capacidade total de 1,1 milhão metros cúbicos. A Barragem de Pedra D’ Água atingiu 100% e conseguiu alcançar seu volume máximo de 400 mil metros cúbicos. Somando a captação dos três mananciais, a vazão atual corresponde a 40 litros de água por segundo.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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