Falar de história é falar do desafio de torná-la atrativa para os alunos de hoje

A história é sempre um convite para brecharmos os espaços do tempo, paulatinamente debruçar-nos sobre as linhas escritas com a memória e a tentativa de reconstrução de uma época que não vivemos. Mas, por empenho e curiosidade, trazemos a luz do contemporâneo. Falar de história é falar do desafio de torná-la atrativa para alunos que estão tempos a nossa frente, que nasceram numa era totalmente digital, mas, por adaptação social, colidem com um sistema analógico, paradoxal não? Pois é, alunos digitais, sociedade em transformação.

Os educadores travam essa guerra, e as tecnologias nos ajudam de N formas. Trazendo o saber histórico para os meios digitais. Quando percebemos que nosso processo de interpretação cativa diretamente o aluno, sentimos o efeito do conhecimento no outro e iniciamos o processo de troca. Momento maravilhoso.

Estávamos neste último semestre em um momento interessante na história, que, por si, já é instigante: Período Napoleônico. Imediatamente destaquei as destrezas de Napoleão Bonaparte e seu impacto na Europa. Napoleão estava destinado, tinha conhecimento para isso, mas foi destruído, não por nações enfurecidas com suas vitórias, mas pelo seu Ego.

Há algo na França que atrai muito os alunos do Fund II. A Revolução Francesa, período anterior ao surgimento de Napoleão, que ocorreu entre 1779 e 1789, causa tanto alvoroço que me parece que ocorreu ontem. A reação de como eram as punições com o surgimento da guilhotina, as transformações sociais.

Mas deixando de lado a amada e adorada França, Napoleão causa tanto alvoroço que acaba influenciando na saída da Corte Portuguesa de sua terra natal. Napoleão não tem jeito, impôs um bloqueio para quem realizasse comércio com Inglaterra. A galera vai à loucura. Como partida de Futebol, mas e agora?

“Professor, me diga uma coisa? Ele era muito chato? Parece que era”. Respondendo em tom de riso, eu digo que ele estava destinado a dominar o mundo.

Portugueses aos montes correm de suas terras com o medo do que Napoleão pode fazer. Gosto nesse momento de enfatizar: “Gente, já imaginaram vocês abandonarem a administração de seu país, vocês sendo uma potência econômica Europeia? ‘Marminha’ gente, risos. Trabalho nessa construção, do impacto da vinda da família real portuguesa que, logo mais, trará o rompimento da relação Brasil/Portugal, trazendo a independência e autonomia de nossa nação.

Entramos em história e a magia do nosso passado começa, mais uma vez, porque construímos saberes ao longo do sexto, sétimo e, chegando na independência, no oitavo. Enfim, podemos desconstruir paradigmas e contar um pouco sobre o nosso passado. Sobre nossa gente.

Interlinkando períodos, tecendo os fatos, construindo uma ideia do que foi o nosso país para entendermos nossa soberania. Tornando a gente cada vez mais brasileiro.

Rian Silva Bezerra é
professor de História do Colégio Exato Prime

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