O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, neste domingo (15), os dados de abril do indicador de inflação por faixa de renda. O indicador apontou que a alta inflacionária foi maior para as famílias de menor renda do que as de renda mais alta no período.
Para as famílias de renda mais alta, a inflação variou 1%. Já para as famílias de renda mais baixa, 1,06%. Os dados acumulados no ano, de janeiro a abril, indicam índices de inflação de 3,7% para o segmento de renda alta e 4,5% para o segmento de renda muito baixa.
Famílias de renda baixa
As famílias de renda mais sentiram a pressão dos preços dos alimentos, ancorados pelos itens da cesta básica. O item “alimentação e bebidas” respondeu por 61% de do apurado em abril, com destaque para as altas do arroz (2,2%), feijão (7,1%), macarrão (3,5%), batata (18,3%), leite (10,3%), frango (2,4%), ovos (2,2%), pão francês (4,5%) e óleo de soja (8,2%). A segunda maior contribuição veio do grupo “saúde e cuidados pessoais”, por meio da alta de 6,1% dos medicamentos.
O Ipea aponta ainda que a redução de 6,3% nas tarifas de energia elétrica atenuou a alta inflacionária para todas as faixas de renda. E esse alívio foi maior para as famílias de renda mais baixa que refletiu no consumo.
Famílias de renda alta
Já as famílias de renda mais alta foram atingidas pelo grupo “transportes”, responsável por 60% de toda a inflação registrada em abril, refletindo os reajustes das passagens aéreas (9,5%), do transporte por aplicativo (4,1%), da gasolina (2,5%), do etanol (8,4%) e do diesel (4,5%). Demais grupos, como medicamentos, as altas dos preços dos serviços pessoais (recreação, por exemplo), também elevaram a inflação dessas famílias.
Em 12 meses
No acumulado em 12 meses, as famílias de renda muito baixa, com renda domiciliar menor que R$ 1.726,01, apresentaram a maior alta inflacionária, com a índice de 12,7%, enquanto as famílias de renda alta, com renda domiciliar superior a R$ 17.260,14, registraram uma variação acumulada de 10,8%.