Pedro Augusto
Agentes imprescindíveis no impulsionamento da força motriz da economia de Caruaru, por décadas, tanto os sulanqueiros quanto os compradores que trabalham e consomem no Parque 18 de Maio, no Centro, passaram por maus bocados devido à quase ausência total de investimentos na infraestrutura do local. A situação ficou por pouco insustentável ao ponto da cidade, que detém de uma das maiores feiras ao ar livre do mundo, começar a ser ultrapassada, em termos de vendas, pela concorrência de Toritama e de Santa Cruz do Capibaribe, ambas também localizadas no Agreste. Mas essa realidade cruel vem se modificando ao longo dos últimos meses, com as requalificações que estão sendo feitas pela Prefeitura, em parceria com a iniciativa privada.
Durante a Sulanca da última segunda-feira (13), VANGUARDA esteve conversando com vários feirantes que atuam no setor do antigo terreno da Fundac, onde estão sendo injetados quase R$ 4 milhões no intuito de serem oferecidas melhores condições de venda e compra a todos os frequentadores. Sem exceção, todos os sulanqueiros entrevistados se mostraram satisfeitos com os investimentos que vêm sendo empregados, tanto é que já estão projetando aumentos nas suas respectivas lucratividades em termos de futuro.
Agora comercializando acessórios sob o chão pavimentado e não mais em meio à terra batida, o feirante Geovane Anselmo destacou a importância das transformações que vêm ocorrendo no setor da Fundac. “Meu amigo, está melhorando 100%. Os próprios clientes vêm elogiando bastante os reparos que estão sendo feitos, porque antigamente isso aqui era de dar pena. Como não havia praticamente nenhum investimento por parte do poder público, eles eram obrigados a comprar em meio aos lamaçais que eram formados, devido à total ausência de banheiros, de iluminação precária, enfim, a uma série de transtornos que acabavam afetando o nosso desempenho. Mas, agora, a expectativa é de dias melhores em termos de vendas”, disse.
Quem já vem sentindo nos bolsos os bons fluídos propiciados pelas qualificações empregadas no antigo terreno da Fundac é o feirante Josivan da Silva. Segundo ele, o movimento no espaço tem aumentado, mesmo em tempos de crise. “Comprador da Sulanca costuma fazer tanto a propaganda positiva como a negativa no sistema boca a boca. Na medida em que a situação daqui vem se transformando, mais clientes têm preferido vir para cá, haja vista que os nossos produtos possuem mais qualidade em relação aos de Santa Cruz e de Toritama. Tenho faturado um pouco mais em relação às feiras anteriores e a tendência é de lucrarmos ainda mais neste fim de ano”, projetou.
Atualmente, cerca de 90% das obras de reformulação do setor da Fundac se encontram finalizadas. Além de investimentos no tocante à pavimentação, à implantação de banheiros e praças de alimentação, o aspecto da segurança também tem sido levado bastante em conta pela parceria pública com a iniciativa privada. Na manhã do dia 10, por exemplo, a prefeita Raquel Lyra, em conjunto com o empresário Lenílson Torres, inaugurou o Núcleo de Segurança da Feira, que, agora, vem oferecendo melhores condições de trabalho às polícias Militar, Civil, Corpo de Bombeiros e demais órgãos voltados para manutenção da ordem pública.
Mesmo não sendo especializado em finanças, o subtenente da Polícia Militar, Robert D’Almeida, que opera constantemente no Parque 18 de Maio, estima faturamentos maiores no local. “Não é necessário ser economista para saber que, na medida em que um determinado espaço possui melhores condições de compra, a expectativa é de vendas maiores. Com este Núcleo que acabou de ser inaugurado, não só passamos a contar com melhores condições de trabalho, como também os demais frequentadores passaram a ter uma maior sensação de segurança, haja vista que contamos com uma estrutura física melhor. Desta forma, o espaço só tem a ganhar!”, afirmou.
O feirante Ozeildo Orestes, que comercializa artigos de cama, mesa e banho, fez questão de destacar o empenho dos agentes envolvidos. “Na verdade, quando se quer fazer, se faz. Quantos anos, nós, feirantes, reclamávamos das condições do Parque 18 de Maio e nada foi feito? A Prefeitura atual, juntamente com esses empresários envolvidos, precisou de menos de dois anos para dar uma cara nova ao setor do antigo terreno da Fundac. E o mais importante: permitindo que todos continuassem vendendo, mesmo com o andamento das obras. Torço para que não só a Fundac, mais todos os demais setores da feira recebam os investimentos que se fazem necessários!”, disse.
Outros investimentos
Em entrevista ao VANGUARDA, também na manhã da última segunda, o secretário Extraordinário da Feira, José Pereira, ressaltou as melhorias que já estão sendo realizadas no Parque 18 de Maio, através dos recursos na ordem de quase R$ 8 milhões, destinados pela gestão municipal. Uma delas se refere às reconstruções de calçamento nas vias que interligam o Parque.
“Para se ter ideia, há mais de 25 anos que não se tinha investimentos no complexo da feira. Hoje, já se encontram em andamento a construção de baterias de banheiro, de calçadas, bem como de novo asfalto. Sem falar nas reformas dos mercados de Carne e de Farinha e ainda da Casa Rosa, que será transformada num espaço cultural”, afirmou Pereira.
Satisfeito com o andamento das obras, o secretário ainda destacou a injeção em dinheiro que o conjunto de medidas deverá impactar na economia local. “O Parque 18 de Maio não demorará muito tempo para propiciar, em sua totalidade, mais conforto, segurança e mobilidade a todos os frequentadores. Todos esses aspectos, em conjunto, deverão resultar em melhores desempenhos para a nossa economia, que é influenciada, e muito, pela Sulanca. Essa é a gestão de Raquel Lyra. Uma gestão voltada para melhorar a vida das pessoas, em relação especificamente à feira, com cada cantinho sendo recuperado. Há muito ainda a ser feito, mas estamos no caminho certo”, finalizou o secretário.