Pedro Augusto
Nem só de festa vive o Carnaval! A cada ano, um dos eventos mais populares do mundo vem se reoxigenando, proporcionando não só muita alegria para os foliões, mas também bastante faturamento para praticamente todo o setor financeiro nacional. Em Caruaru, onde a Feira da Sulanca configura como a principal força motriz da economia da região, a Folia de Momo também tem voz e vez, sejam através dos carrinhos de som circulantes, nos bancos dotados dos mais variados tipos de mercadoria ou até mesmo nas carroças adaptadas com produtos. Na penúltima Sulanca antes da maratona de festa ganhar corpo em todo o país, a reportagem VANGUARDA esteve circulando pelos setores do empreendimento, a fim de registrar as avaliações de vendas dos feirantes.
Se para a maioria dos entrevistados, o movimento poderia estar melhor, a torcida é de que a demanda por produtos relacionados ao evento aumente ainda mais nesta próxima semana, quando o início do Carnaval 2019 entrará em contagem regressiva.
Dentre os que preferiram não abrir espaço para o pessimismo, a reportagem conversou com Neílson Ângelo. Proprietário de um banco no setor da Brasilit, ele vem comercializando de forma satisfatória fantasias e roupas moda praia e espera faturar ainda mais nesta segunda-feira (25).
“Você sabe como é: brasileiro sempre deixa tudo para última hora! Sendo assim, esperamos vender ainda mais nesta próxima feira, quando os foliões finalizarão as suas preparações para a festa. Até agora, comercializamos muitas mercadorias no atacado e acredito que, nesta contagem regressiva, as vendas se concentrarão um pouco mais no varejo. Investimos bastante no oferecimento de fantasias, porque, tradicionalmente, este tipo de produto costuma ter muita saída a cada ano. Carnaval movimenta, sim, os setores da Feira da Sulanca e mais uma vez muita gente vai sair lucrando, inclusive, eu!”, analisou.
Embora não esteja tão otimista em relação ao seu concorrente Neílson, a também feirante da Brasilit, Mônica Silva, não deixou de destacar a importância da folia de Momo para a receita da Sulanca. “Se o movimento não se encontra como desejado, ao menos, temos vendido um pouco mais em relação às feiras de semanas normais. A expectativa é de que, nesta segunda, a procura seja maior no varejo. Além de fantasias, meu banco está oferecendo uma gama significativa de roupas voltadas para o verão, o que promete atrair muitos consumidores. Se não fosse a chegada do Carnaval, não haveria essa boa previsão”, pontuou.
No setor da Fundac, que passou recentemente por uma verdadeira transformação em termos de infraestrutura, o periódico conversou com a sulanqueira Margarete Feliciano. Ela classificou a demanda por mercadorias semelhante à percebida no mesmo período do ano passado. “Enquanto a economia do país não entrar realmente nos eixos, não vai dar para lucrar muito. Todo feirante sempre espera vender mais, é otimista por natureza, e o desejo é de movimento redobrado nesta próxima Sulanca. Mas caso isso não aconteça, ao menos, terei vendido o suficiente para pagar os débitos do mês. Esperamos que após a folia, não só a Feira da Sulanca, mas também os demais setores da nossa economia passe a faturar ainda mais”, disse.
Para o feirante Charles Diego, o resgate da semana pré-carnavalesca em Caruaru veio a calhar em meio ainda aos resquícios da crise financeira nacional. “Foi muito bom esse fortalecimento da festa por aqui, porque as pessoas ficam mais animadas e acabam comprando um pouco mais. De pouquinho e pouquinho, tenho vendido bem os meus produtos e espero zerar o estoque até o Sábado de Zé Pereira. Sim, porque, além da Sulanca, também os vendo nos eventos. Ano passado, por exemplo, sobrou mercadoria; em 2019, espero que não!”, comentou. Este ano, o período de Carnaval ocorrerá do dia 1º (sexta-feira) até o dia 5 de março (terça-feira).