Nesta época de confraternizações, as famílias costumam se reunir, comemorar as vitórias e começar a planejar o ano que virá. Mas esse momento de alegria não é unânime e algumas pessoas, ao fazer um balanço de conquistas e perdas, podem sentir frustração, desânimo e, até mesmo, desencadear um quadro de tristeza profunda que pode culminar em uma fase depressiva.
E para quem perdeu um parente recentemente ou, por algum outro motivo, terá de passar esse período sem a presença do familiar, o momento pode se transformar em uma tristeza ainda maior. Embora as pessoas associem o luto diretamente à morte, para a psicologia, ele é desencadeado por qualquer ruptura emocional forte, seja a perda de alguém querido, um divórcio ou um amigo que foi morar longe. O processo é dividido em cinco fases e todas as pessoas irão apresentar pelo menos duas delas: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação.
“Para um pessoa que está passando por esta situação, é importante se respeitar, viver esse momento, mas com cuidado para não transformar o natal em uma época apenas triste”, orienta a psicóloga do luto do Grupo Vila, Mariana Simonetti. É importante que a pessoa enlutada encontre sua própria maneira para lidar com ausência: reproduzir algo que aquela pessoa querida costumava fazer no Natal, olhar fotos ou compartilhar lembranças com familiares e amigos.
A terapia exerce o papel fundamental, no qual oferece suporte e auxílio para o paciente superar a dor, mostrando-se como uma ferramenta de reorganização psicológica. Com ela, é possível encontrar sua própria maneira de lidar com os sentimentos, muitas vezes novos e conflitantes, e compreender que não há certo ou errado na maneira em como se vive ou expressa a dor.
Pessoas próximas são um ponto de apoio importante para quem está vivenciando o luto. “É necessário que a pessoa enlutada sinta que seu ente querido não foi esquecido nesse ambiente festivo, pois isso é o que muitas vezes incomoda o enlutado”, explica Mariana Simonetti.