Com a proximidade da data conhecida como Dia de Finados, que será celebrado na próxima sexta feira (02), as discussões sobre o luto e a forma de enfrentar a perda de parentes ou amigos, são ainda mais acentuadas. O coordenador do curso de Psicologia da UNINASSAU Caruaru, Carlos Mendonça, traz algumas colocações acerca da temática da morte, algo intrinsecamente natural, porém, tão dolorosa para o ser humano.
Segundo o profissional, “A morte é, de fato, o tema mais inquietante da humanidade, pois, segundo Freud, o estado de todos os impulsos fundamentais de desejo do homem é positivo, eivados por fantasias e determinados pela busca de realizações, isso exclui um projeto de morte”. Para ele, ao se perder um ente querido, nos deparamos com uma ruptura vivencial e idealizada, causando-nos sentimentos de perda, impotência, tristeza, dor e, muitas vezes, desespero.
Portanto, é necessário, diz o professor, elaborar o luto, entendido como a maneira geralmente aceita de manifestar o estado de reação à perda de alguém, não implicando condição patológica, posto ser superado após certo período. “A Organização Mundial da Saúde (OMS), no seu Manual Internacional Estatístico e Diagnóstico de Transtornos Mentais (DSM) da Associação de Psiquiatria americana, afirma que a tristeza considerada luto deve durar por volta de duas semanas, após isso, o sujeito entra numa possível depressão’’, afirma.
‘’A maior dificuldade é superar a identificação com a perda, combinando-se aspectos amorosos e agressivos a respeito daquele dano irreparável. É preciso se conscientizar que se perdeu, sofrer por isso e resinificar essa pessoa na sua subjetividade, a fim de não se vivenciar uma angústia depressiva pela perda da pessoa amada, ou seja, para superar o sofrimento, é preciso sofrer’’, destaca o psicólogo.