Fisioterapeuta atua na linha de frente em casos de Covid-19

Female patients use Tri ball for lung management after chest surgery to practice deep breathing.To administer the respiratory muscles and help the lungs function normally reduce the sputum of the lung

De acordo com balanço publicado nesta terça (21), o Ministério da Saúde divulgou um percentual de 57% de recuperados da Covid-19 no Brasil. Dos casos notificados até então, 23 mil foram considerados livres da doença. E um profissional que dá uma contribuição significativa para essa recuperação é o fisioterapeuta, pois está na linha de frente do tratamento, junto com outras áreas como a Medicina, Farmácia e Enfermagem, cuidando tanto da parte respiratória, como da questão motora dos pacientes.

Já que as principais decorrências de quem está em um quadro de internação pela Covid-19 são falta de ar, falta de oxigenação e inabilidade para respiração natural, o fisioterapeuta dá todo o suporte, participando desde a intubação auxiliando o médico, como no decorrer do tratamento, monitorando a ventilação mecânica, adaptando o paciente ao ventilador e fazendo a programação do seu uso de acordo com a necessidade de cada quadro.

A professora Adriana Siqueira, do curso de Fisioterapia do Centro Universtário Tabosa de Almeida (Asces-Unita), atua nas áreas de Fisioterapia Respiratória, Cardiovascular e UTI, destaca que o fisioterapeuta contribui em uma fase muito delicada para o paciente, já que perde habilidades naturais que precisam ser reabilitadas. “Como a programação do paciente é de pelo menos três semanas com a ventilação mecânica, quando estiver apto para voltar a respirar sozinho ele terá um grande déficit motor, pois sentirá dificuldade para sentar sozinho, e outras funcionalidades básicas, como andar, por exemplo. Os músculos respiratórios também perdem força, então o fisioterapeuta vai treinar essa musculatura e recuperar o funcionamento normal”, explicou.

Ela detalha, ainda, como a Covid-19 exige que seja feita uma reabilitação adequada em razão de não restarem sequelas da patologia. “Nós também fazemos a retirada da intubação, ajudamos na remoção de secreção e usamos técnicas para que o volume da recuperação volte a ter a capacidade anterior. O fisioterapeuta é essencial na restauração da funcionalidade para devolver a vida ao paciente em relação às atividades diárias. Como geralmente é desenvolvida uma síndrome pós terapia intensiva que pode durar cinco anos, é fundamental ter uma reabilitação adequada”, frisou.

Essa reabilitação engloba a mobilização precoce no leito e procedimentos como o treinamento muscular respiratório, terapia de remoção da secreção e expansão pulmonar, programa de desmame da assistência ventilatória mecânica para retirada o mais precoce possível do ventilador, dentre outras formas de terapia.

SENTIMENTO EM ESTAR NA LINHA DE FRENTE

A professora Adriana Siqueira também tem atuado diretamente na luta contra a Covid-19, no Hospital Oswaldo Cruz, que é referência para o tratamento da doença no Recife. Ela relata que a situação é muito difícil, porém, gratificante em poder ajudar a salvar vidas. “O cenário atual é de difícil enfrentamento, por ver muitos profissionais e colegas de trabalho adoecendo e sendo afastados do trabalho e muitas vezes da família. Mas o lado gratificante é poder contribuir positivamente para o enfrentamento do Coronavírus e de forma ativa ver a profissão sendo mais valorizada, já que a população passa a conhecer mais nossa importância e atuação”, afirmou.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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