Folia que também impulsiona o 18 de Maio

Pedro Augusto

Conforme dita a tradição, a cada primeiro bimestre do ano, o Parque 18 de Maio, no centro de Caruaru, sempre costuma ganhar um aliado a mais na tentativa de incrementar o seu faturamento. Quem pensou no Carnaval acertou em cheio. Desde o início deste mês que o complexo de empreendimentos encontra-se no clima da Folia de Momo oferecendo os mais variados tipos de produtos da época, ou seja, das fantasias coloridas até as sombrinhas de frevo. Durante circulação pelas feiras da Sulanca e do Paraguai, na manhã da última segunda (10), a reportagem VANGUARDA esteve conversando com alguns comerciantes a respeito das vendas, até agora, contabilizadas. Em grande parte, os empreendedores se mostraram animados quanto às lucratividades estimadas.

O autônomo Josinaldo do Carmo, por exemplo, que comercializa com o seu banco na Feira do Paraguai, projetou crescimento nas vendas ante o mesmo período do ano passado. “O movimento esteve parado um pouco no início deste mês, mas houve uma reação natural em relação às vendas com as proximidades da semana pré e do Carnaval em si. Hoje mesmo (última segunda-feira), graças a Deus, comercializei um número considerável de fantasias e demais acessórios voltados para folia e a expectativa é de lucrarmos ainda mais nesta próxima feira. Sabe como é: brasileiro sempre deixa tudo para última hora e haverá ainda muita procura por produtos. Espero vender pelo menos 10% a mais em relação ao último Carnaval.”

Também no Paraguai, a reportagem VANGUARDA ouviu o feirante Lúcio Soares, que, assim como o seu concorrente Josinaldo, vem observando certo incremento nas vendas em comparação com a Folia de Momo 2019. Nesta época, ele costuma investir em artigos carnavalescos e não se disse arrependido. “Sempre procuro oferecer novidades em termos de produtos nos períodos sazonais porque as vendas costumam ser compensatórias e em 2020 não está sendo diferente. Se nas últimas semanas os apurados ficaram abaixo do esperado, ao menos nesta segunda-feira, consegui lucrar bem. Os preços são os mesmos do ano passado, então, dá para atrair novos clientes. Espero, sim, superar as vendas do Carnaval passado”, avaliou.

No Parque, que comporta as atividades de diversas feiras e de centenas de empresas voltadas para os setores atacadista e varejista, a alta demanda por produtos não tem se limitado apenas aos carnavalescos. Neste intervalo também de temperaturas elevadas, os movimentos também se encontram redobrados nos boxes e lojas especializadas em vestuários moda praia. No setor do antigo terreno da Fundac, por exemplo, VANGUARDA chegou a encontrar dificuldades para entrevistar alguns feirantes. Luiz Almeris foi um dos a atender a reportagem se dizendo satisfeito com as comercializações realizadas.

“Milhares de compradores que vêm até a Sulanca têm a tradição de brincar o Carnaval no Litoral, sendo assim, existe uma habitual procura pelos meus vestuários. Para se ter ideia, somente nesta feira de hoje (segunda, 9), vendi cerca de 1.500 peças, ou seja, um desempenho excelente!.”

A expectativa não só de seu Luiz, mas também dos demais comerciantes entrevistados pelo semanário é de que as vendas voltadas para a Folia de Momo se concentre mais nesta próxima feira (17), no sistema varejo.

O secretário-extraordinário de Feiras, José Pereira, destacou a importância do Carnaval para a elevação dos índices de faturamento do Parque 18 de Maio. “É uma festa gigantesca que, tradicionalmente, costuma ser bastante impulsionadora das atividades da nossa Sulanca e demais feiras. Lucram os feirantes de vestuários, de mesa e banho, dos importados, dos calçados, do Paraguai, enfim, de vários setores do Parque 18 de Maio. Mais uma vez evento encontra-se incrementando as vendas no local e tal aquecimento está sendo muito importante para a economia caruaruense.”

Compradores

A paraibana Magda Vieira foi uma entre as milhares de consumidores que percorreram, esta semana, o Parque, a fim de adquirir produtos para o Carnaval. Ela tem uma pequena loja no município de Patos, na Paraíba, e ressaltou o custo-benefício de se consumir no empreendimento local. “Os produtos da Feira da Sulanca são muitos procurados no meu estabelecimento porque são de qualidade e possuem valores atrativos. Nesta época, sempre há uma demanda muito grande por vestuários carnavalescos e não pensei duas vezes para vir consumir por aqui. Também comprei muitas peças moda praia no atacado para revendê-las na minha cidade. Até a chegada do Carnaval, espero ter comercializado praticamente tudo.”

A recifense Sônia Medeiros foi outra compradora a garantir boas mercadorias voltadas para folia. Ela projeta superar as comercializações do ano passado. “Sempre vendo bastante, neste período, tanto é que retornarei, nesta próxima feira, a Caruaru, para adquirir mais artigos. No Recife, o consumo de produtos sazonais é redobrada na semana de Carnaval e estou apostando nisso para tentar, desta vez, zerar o meu estoque”, argumentou.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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