Força-tarefa é criada para conter onda de explosões

Pedro Augusto

Seja em seu município ou através dos veículos de comunicação, certamente o leitor desta matéria deve ter sido informado nestes últimos meses sobre algum caso referente a furtos e explosões a caixas eletrônicos em bancos. A onda de arrombamentos e prejuízos provocados em massa às unidades tem chamado tanta atenção não só da população, mas também da Secretaria Estadual de Defesa Social, que esta última acabou tendo de se mexer um pouco mais para tentar inibir a ação criminosa específica. Em coletiva realizada na manhã da última terça-feira (8), na Delegacia Regional de Caruaru, entre os bairros Boa Vista I e II, as polícias Civil e Militar, em parceria com o Disque-Denúncia Agreste, anunciaram uma força-tarefa em combate à prática.

De acordo com as informações repassadas pelo delegado Bruno Vital, que comanda o Núcleo de Homicídios de Caruaru, a partir de agora Pernambuco contará com sete equipes voltadas para a desarticulação das explosões. Quatro estarão subdivididas nas regiões Agreste e Sertão – cada uma com duas – e três terão atuação no Recife, na Região Metropolitana e na Zona da Mata. Em relação ainda aos três últimos territórios citados, eles serão abrangidos pelas equipes de repressão da Delegacia de Roubos e Furtos do Recife. Especificamente no Agreste, os trabalhos da força-tarefa serão chefiados por Bruno Vital e pelo titular da 17ª Delegacia de Vitória de Santo Antão, Ariosto Esteves.

Em entrevista ao VANGUARDA, o delegado Bruno reforçou o principal objetivo da iniciativa. “Na nossa região, a Secretaria de Defesa Social montou as duas equipes compostas por policiais que fazem parte da especializada de homicídios, haja vista que eles possuem experiência com investigações referentes às organizações criminosas que estão envolvidas em furtos e explosões a instituições bancárias. Nossa intenção é reprimir e, se for possível, extinguir de uma vez essa prática que vem causando bastante prejuízos não só para as unidades, mas também para as populações dos municípios alvos, até porque em alguns casos elas vêm contando apenas com a operacionalidade de uma agência.”

Cada equipe, de acordo com a Polícia Civil, terá a atuação de um delegado, um escrivão e dois agentes. Logo de cara, o quantitativo pode até soar baixo, mas acaba ficando robusto, quando anunciado o auxílio de efetivo que deverá contar. “A SDS montou uma estrutura que busca dar uma rápida resposta a essa onda de explosões que vem ocorrendo nas mais variadas agências bancárias do Estado. Essas equipes contarão com todo o apoio necessário através dos efetivos das polícias Civil e Militar para desenvolver as suas investigações e desencadear posteriormente as suas operações. Por exemplo, se um determinado delegado precisar de um número maior de equipes de PMs para uma investida será atendido. Se ele necessitar da utilização de um helicóptero, também, ou seja, a secretaria está disponibilizando todos os seus meios possíveis.”, comentou Ariosto Esteves.

Somado aos trabalhos integrados das polícias Civil e Militar, a força-tarefa contra a onda de explosões também está contando pelo menos no Agreste com um auxílio muito importante. Engajado sempre na execução de ações que possibilitem a redução da criminalidade na região, o Disque-Denúncia Agreste está oferecendo recompensa de até R$ 2 mil para quem repassar informações que resultem nas prisões de criminosos envolvidos. Coordenador do órgão, Alexandre César convocou a população a se engajar no registro de denúncias. “Esperamos que ela colabore, haja vista que, ao longo dos anos, vem contribuindo bastante para com a desarticulação de pessoas também envolvidas neste tipo de crime.”

De acordo ainda com Alexandre César, até a realização da coletiva, o DD Agreste já havia contabilizado cerca de 250 denúncias referentes à prática. “Elas já estão sendo avaliadas pelas polícias e poderão resultar, em seguida, em investigações que poderão levar à prisão mais envolvidos. Mas é necessário chamar mais uma vez a atenção para importância de se registrar novas denúncias. Conforme já foi destacado, infelizmente esses furtos e arrombamentos direcionados aos bancos têm causado não só danos às suas estruturas físicas, mas também aos moradores e às economias dos municípios que vêm passando até mais de 90 dias para voltar a contar com os serviços dos mesmos. Através das denúncias é que as polícias poderão ficar mais próximas de chegar até os bandidos”, ressaltou César.

Também presente na coletiva, o comandante do 4º BPM, tenente-coronel Roberto Galindo, destacou que a iniciativa terá a participação de mais órgãos. “Em relação à PM, todos os policiais já estão instruídos a repassar informações que contribuam para com a desarticulação desses grupos criminosos que vêm praticando essa onda de explosões no Estado. Somado a isso, ainda ampliaremos a nossa parceria com as polícias Federal e Rodoviária Federal, que desde o início têm se mostrado dispostas a contribuir na execução desta força-tarefa. Não tenho dúvidas de que colheremos resultados positivos com mais esse trabalho integrado.”

Segundo o levantamento da Secretaria de Defesa Social, de janeiro a setembro deste ano foram contabilizadas 23 investidas do tipo em agências e caixas eletrônicos da região Agreste. O leitor pode denunciar a prática pelo telefone 3719-4545 (Disque-Denúncia Agreste) ou pelo site www.disquedenunciape.com.br. O anonimato é garantido.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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