Força-tarefa fecha postos de combustíveis por fraude

Uma força-tarefa, envolvendo fiscais do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) e o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) de Pernambuco e São Paulo, com o apoio da Polícia Civil, realizou uma fiscalização, na última quinta-feira (8), em postos de combustível localizados em Caruaru, onde foi constatada fraude em bombas adulteradas, como também em um estabelecimento na cidade de Toritama.

De acordo com a coordenadora de metrologia do Inmetro/PE, Edna Menezes, a operação foi exitosa, uma vez que a equipe já havia estado no último mês de fevereiro no posto da Avenida Cícero José Dutra, próximo à Fafica, no Bairro Petrópolis, e, na ocasião, nada foi constatado. Porém, diante de uma denúncia postada por um cliente nas redes sociais e que viralizou, se fez necessário solicitar o auxílio do Ipem/SP.

Em Caruaru, fraude semelhante foi constatada em posto localizado no Bairro São Francisco, quando duas bombas também estavam adulteradas. Segundo o delegado Thiago Henrique, titular da 2ª Delegacia da Polícia Civil e que preside o inquérito, nesse segundo caso o estabelecimento estava fechado em pleno horário comercial e manteve a presença dos funcionários, o que levantou suspeita por parte da polícia. De imediato, uma equipe foi acionada ao local, que entrou em contato com a força-tarefa quando verificou o crime.

A fraude era feita da seguinte forma: enquanto o painel da bomba marcava 20 litros, o veículo deixava de receber 2.7 litros por causa de um esquema de funcionamento de energia, isso porque esse sistema fazia com que as bombas ficassem vinculadas à máquina com um dispositivo. Isso significa que o cliente era lesado em pelo menos 14%. “Com toda essa tecnologia, acreditamos que tem alguém do Recife envolvido nesse esquema que pode, inclusive, resultar em uma grande ação criminosa”, adiantou o delegado.

O terceiro e último ponto de fiscalização aconteceu às margens da BR-104, no perímetro urbano da cidade de Toritama, quando a mesma fraude era aplicada em duas bombas resultando na mesma vazão. Ainda segundo a polícia, os três estabelecimentos pertencem ao mesmo dono. “Vamos aprofundar as investigações porque, enquanto estávamos em ação, muitos clientes chegaram até nós queixando-se por terem sido lesados”, enfatizou o delegado Thiago Henrique.

Ele contou que em todos os postos estavam ausentes tanto o dono quanto os gerentes. “Classifico como uma atitude de covardia eles terem deixado apenas os funcionários para resolverem o problema”, disse o delegado, acrescentando que no posto de Toritama o gerente chegou a correr com a chegada da polícia e dos fiscais do Ipem.

O delegado ainda adiantou que as ouvidas tiveram início e que a Polícia Civil já solicitou alguns mandados de segurança e agora aguarda pelas expedições dos mesmos por parte da Justiça. Os consumidores que se sentem lesados devem ligar para o Disque-Denúncia, através do número 3719-4545, e ajudar nas investigações.

Esse tipo de fraude se caracteriza por crime contra a ordem econômica, crime contra as relações de consumo, estelionato e, possivelmente, organização criminosa. A pena pode ultrapassar 15 anos de prisão

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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