Em reunião por videoconferência, realizada nesta segunda (20), representantes dos clubes pernambucanos, da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) debateram a criação de um protocolo sobre como funcionará um futuro retorno aos treinos, paralisado atualmente por conta da pandemia do novo coronavírus. No encontro, os dirigentes ressaltaram que está descartado o retorno das competições em maio, alertando que qualquer volta parcial à rotina esportiva precisará do aval do Governo do Estado e da Prefeitura do Recife.
No encontro, além do presidente da FPF, Evandro Carvalho, e do diretor de competições, Murilo Falcão, estavam dirigentes do Trio de Ferro da capital. Pelo Náutico, compareceram Diógenes Braga (vice de futebol) e Múcio Vaz (médico). Lucas Drubscky (executivo de futebol) e Stemberg Vasconcelos (médico) representaram o Sport. O médico Antônio Mário Valente marcou presença para o Santa Cruz.
Paulo Roberto, presidente do Vitória, foi o porta-voz das equipes do interior. Quem também participou da discussão foi o presidente da Comissão de Médicos da CBF, Jorge Pagura, apresentando um protocolo estabelecido pela entidade máxima do do futebol nacional para o retorno das atividades – modelo que será utilizado como base pela FPF.
Evandro Carvalho voltou a enfatizar que a CBF tem como meta encerrar os estaduais para, em seguida, iniciar o Brasileiro. “A competição pode até adentrar o ano de 2021, terminando em janeiro”, disse o mandatário. No caso do Estadual, ainda há cinco datas a serem cumpridas, sendo uma da rodada final da primeira fase e quatro de mata-mata (uma das quartas, uma das semifinais e duas das finais). A meta é que os torneios recomecem em junho.
“Queremos encurtar a liberação da volta aos treinos físicos,. Não os com bola (e contato), mas sim aqueles que estão sendo feitos na Alemanha e na Bélgica. Os atletas têm feito trabalhos individuais, mas em casa e com a família. O período de férias termina em abril e precisamos olhar também a parte financeira dos clubes. Se jogarmos em junho, precisamos que o atleta retorne bem. Se não estiver em condição técnica, que esteja pelo menos em condição física”, apontou Falcão. Já Drubscky demonstrou preocupação em uma volta atrelada apenas ao condicionamento dos profissionais. “Os treinamentos técnicos e táticos são imprescindíveis para uma equipe de futebol. Não consigo ver o reinício da competição apenas com os treinos físicos. Seria quase impossível”, argumentou.
Os dirigentes pernambucanos também destacaram que o retorno aos trabalhos não acontecerá apenas por vontade dos clubes. “Não tomaremos qualquer decisão sem o aval dos poderes estaduais e federais”, disse Múcio Vaz. O médico coral, Antônio Mário, ressaltou que alguns profissionais do Santa estão atuando na linha de frente no combate ao vírus. Um exemplo é o massagista do clube, Catatau. “Treinar é mais do que reunir jogadores. Precisamos ter cuidado na volta porque algumas pessoas que hoje estão trabalhando nos hospitais podem ser vetores da doença”, apontou.