Pedro Augusto
Devido à pandemia do novo coronavírus, que acabou provocando a paralisação e o adiamento de competições esportivas espalhadas pelo mundo, o momento atual é de indefinição em relação à sequência do Campeonato Pernambucano. Esta semana, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, indicou o mês de setembro como o prazo final para que o Estadual retorne ou não do ponto o qual precisou parar: na última rodada da primeira fase. Segundo o mandatário da FPF, se até o mês definido, a bola não volte a rolar pelo PE2020, ele terá de ser cancelado, sem campeão ou clubes rebaixados definidos.
“Essa é uma avaliação nossa e da maioria das federações. Todas as opções foram colocadas à mesa e essa foi uma delas. Se nenhum Estadual voltar até setembro, nós precisaremos cancelar a competição. É uma decisão que será conjunta. Ou todos (estados) fazem, ou ninguém. Mas, que fique claro, esse é o plano B. O plano A é conseguir disputar o campeonato até o fim e, consequentemente, iniciar os torneios nacionais”, afirmou à imprensa pernambucana, Evandro Carvalho.
Na sua fala, o mandatário da FPF ainda destacou os motivos pelos quais o cancelamento do Estadual não resultará em um campeão. “Se um torneio é anulado, ele não gera efeito jurídico. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) já se posicionou sobre isso. Com isso, a classificação para Série D e Copa do Brasil de 2021 seria baseada no desempenho dos clubes no Pernambucano de 2019”. Através de seu site, a Confederação Brasileira de Futebol reforçou a idéia da manutenção dos estaduais e da Copa do Nordeste antes das disputas dos nacionais das séries A, B, C e D.
CENTRAL
Assim como todos os clubes pernambucanos e brasileiros, além de grande parte dos internacionais, atualmente, o Central encontra-se sem atividades em relação ao seu departamento de futebol. Integrante do G7 – grupo que é formado pelos times interioranos que se encontram disputando o Estadual e defendem o cancelamento do PE2020 -, a Patativa, hoje, encontra-se com ainda mais dificuldades financeiras para conseguir arcar com os seus compromissos firmados para a temporada.
Em entrevista por telefone durante a tarde da última quarta-feira (25), o segundo vice-presidente do Executivo, Warley Santos, realizou um pequeno balanço sobre o momento atual do clube. “Devido ao sistema de isolamento social para tentar se conter a proliferação do novo coronavírus, hoje, o Central encontra-se apenas funcionando de forma reduzida no que se refere ao seu departamento administrativo. Liberamos todo o elenco, bem como a comissão técnica para que esse isolamento seja cumprido, conforme recomendação da CBF”.
“Como a situação atual é de indefinição, estamos buscando alternativas para a sequência ou não da temporada. Defendemos a ideia de que o Estadual seja cancelado, haja vista que os times, principalmente do interior, encontraríam grandes dificuldades para retornar à competição no tocante às questões financeiras. Como temos participação garantida na Série D 2020, grande parte do nosso elenco possui contrato em vigor até o próximo mês de novembro. Mas diante dessa paralisação inesperada por todos, teremos de estudar a possibilidade de até reincidir alguns contratos, até porque as dificuldades do clube, agora, se encontram ainda maiores”.
De acordo com o segundo vice-presidente, um dos patrocinadores já se adiantou alegando dificuldades econômicas para cumprir com os seus compromissos em relação ao clube em meio ao alastramento do coronavírus. “Esse informou que só conseguirá nos pagar tão logo o Estadual retorne, já outro propôs o pagamento mensal de apenas 50%. Nosso volume de receita também se encontra bastante comprometido, haja vista que não há rendas oriundas das partidas, as lojas do Lacerdão não terão condições de pagar os seus aluguéis, já que se encontram fechadas, além disso, não deveremos receber tão cedo um valor, que estava sendo aguardado oriundo de um processo jurídico. Então, a situação está complicada!”.
Com o objetivo de ajudar de alguma forma os clubes do Estadual neste momento difícil de infestação, a FPF realizou o repasse de R$ 100 mil, através do sistema de rateio. “Dez mil reais para cada time até que contribuiu para alguma coisa, no nosso caso, pagamos passagens aéreas para que jogadores retornassem às suas cidades de origem, entretanto não resolveu em nada os nossos problemas. O Central, assim como a maioria dos clubes, está vivenciando um momento muito difícil”, finalizou Warley Santos.