Correio Braziliense
A frota brasileira de veículos avançou 1,2% em 2017, passando a 43,4 milhões de unidades circulantes em todo o país. O resultado, que faz parte de um relatório elaborado pelo Sindipeças, sindicato que reúne as empresas de autopeças no Brasil, confirma a retomada das vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no ano passado, depois de quatro anos consecutivos de queda.
Em 2016, último ano da crise, as vendas recuaram 20,19% na comparação com 2015, somando 2,050 milhões de unidades comercializadas, o pior desempenho desde 2006. Os dados mostram ainda que, apesar da melhora das vendas do setor automotivo no ano passado, a relação entre a população residente e a frota se manteve em 4,8 habitantes por veículo em 2017. Mas melhorou muito em relação há 10 anos, quando era de um veículo para cada grupo de 7,3 pessoas.
A crise também aumentou a idade dos veículos que estão trafegando nas ruas do país. Em 2017, a média ficou em nove anos e sete meses, quatro meses mais velha que no ano anterior. Segundo o Sindipeças, o boom das vendas entre 2007 e 2013 não foi suficiente para rejuvenescer a frota brasileira. É bom lembrar que, quanto mais jovem for a frota, menor é o risco de acidentes de trânsito, conforme demonstram diversas pesquisas internacionais. “A frota envelheceu em razão da queda na entrada de veículos novos, por conta da crise econômica”, afirma Elias Mufarej, conselheiro do Sindipeças e responsável pela área de reposição.
Entre 2012 e 2017, a idade média dos veículos em circulação envelheceu cerca de um ano. De acordo com a pesquisa do Sindipeças, pouco mais da metade da frota (52%), ou 22,5 milhões, tem entre seis e 15 anos de idade. Outros 30% estão com até cinco anos de uso e cerca de 6% mais de 20 anos. É consenso entre especialistas que o Brasil precisa melhorar esses indicadores com urgência.
Baseada nos emplacamentos e no chamado índice de sobrevivência dos veículos, o estudo mostra que mais de 70% de toda a frota está concentrada nos estados do Sudeste e Sul, os mais ricos do país. São Paulo sozinho tem pouco mais de um terço dos autoveículos em circulação no Brasil, o equivalente a 15,6 milhões, seguido de Minas Gerais e Rio de Janeiro, que, juntos, somam 8,4 milhões de unidades. Já os estados do Acre, Amapá e Roraima são os que somam o menor número de veículos em circulação: juntos, possuem apenas 143,2 mil em circulação.
De acordo com o Sindipeças, os importados tiveram uma participação de 13,8% em toda a frota circulante de veículos em 2017. Depois de um período de intenso crescimento, cujo ápice foi alcançado em 2015, a participação dos carros importados recuou em 2016 e manteve-se estável no ano passado, com 6 milhões de veículos.
Os veículos flex, que representaram 62,7% da frota total, são os preferidos dos consumidores. E os movidos a gasolina representam 26,5%. Somadas, as duas categorias atingiram cerca de 90% dos automotores circulantes. A frota movida apenas a álcool vem caindo a cada ano e representou apenas 0,7% do total em 2017. Já os motores a diesel alcançaram 9,9% do total, praticamente a mesma participação observada nos últimos 10 anos, em torno de 10%. Autoveículos movidos a gás (GNV), os tetrafuel, e os híbridos e elétricos ainda não fazem parte da pesquisa do Sindipeças por terem uma participação inexpressiva.
Entre as motocicletas em circulação no país, houve redução de 2% em 2017. Elas eram 13,4 milhões de unidades em 2016 e passaram a ser 13,2 milhões no ano passado. Do total, 37% tinham até cinco anos de idade.
A evolução da frota de automóveis no Brasil
(em milhões de unidades)
2009 – 24,8
2010 – 26,8
2011 – 28,9
2012 – 31,1
2013 – 33,2
2014 – 34,4
2015 – 35,2
2016 – 35,6
2017 – 36
Idade média da frota
2012 – 8 anos e 6 meses
2013 – 8 anos e 7 meses
2014 – 8 anos e 9 meses
2015 – 9 anos
2016 – 9 anos e 4 meses
2017 – 9 anos e 6 meses