Funase e UFPE formam segunda turma no curso de Instalações Elétricas

Treze adolescentes do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) Jaboatão dos Guararapes, uma das unidades da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), receberam certificados de conclusão do curso Instalações Elétricas Residenciais e Noções de Gestão de Pequenos Empreendimentos. A formação foi promovida pelo Núcleo de Inovação, Empreendedorismo e Sustentabilidade (NIES) do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em conjunto com o Centro de Tecnologia e Geociências (CTG), o Centro de Artes e Comunicação (CAC) e a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da instituição. Os alunos também ganharam uma caixa de ferramentas com itens básicos para que, futuramente, possam exercer o que aprenderam como trabalho remunerado. O material foi doado por meio da mobilização da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, no Recife.

Essa foi a segunda turma concluída no âmbito da parceria entre a Funase e a UFPE para a oferta de cursos profissionalizantes voltados ao público atendido pela fundação. Na primeira, concluída em junho, oito adolescentes do Case Jaboatão e duas socioeducandas do Case Santa Luzia foram certificados por terem terminado o mesmo curso. Na ocasião, as aulas ocorreram na universidade. Desta vez, os professores foram até o Case Jaboatão, o que também viabilizou a inclusão de cinco agentes socioeducativos na turma. O curso teve 40 horas/aulas, abordando conteúdos como Ferramentas, Eletricidade Básica, Instrumentos e Medidas, Instalações Elétricas, Normas de Segurança e Gestão de Pequenos Empreendimentos. Além da UFPE e da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, foram parceiros no projeto a Paróquia Bom Pastor e o Rotary Club do Recife – Largo da Paz.

Para a diretora geral da Política de Atendimento da Funase, Íris Borges, a parceria tem viabilizado que os adolescentes atendidos pela fundação participem de experiências de alta qualidade. “Nosso papel, enquanto Estado, universidade ou qualquer entidade que tem o papel de construir uma sociedade mais igualitária, é dar a oportunidade de esses adolescentes aprenderem e se tornarem cidadãos. Eles estão obtendo o certificado de uma instituição renomada, como é a UFPE. É uma experiência de muito valor na socioeducação e nos novos projetos de vida que eles estão construindo”, destacou. “Queremos ver vocês vivendo, aprendendo e crescendo. A vida tem percalços, mas também tem passos importantes e momentos bons como esses que vocês estão vivenciando agora”, complementou o coordenador geral do Case Jaboatão, Mozat Lourenço, em mensagem proferida aos socioeducandos.

A ideia é que a próxima turma comece em março de 2019, com aulas novamente ministradas na UFPE. Dentro da Funase, o projeto é articulado pelo Eixo Profissionalização, Esporte, Cultura e Lazer. “Trazer os adolescentes para o campus é positivo para que eles interajam com outras pessoas e vivenciem o ambiente universitário. No próximo ano, queremos ter até mais que duas turmas”, disse o coordenador do NIES, professor André Marques, idealizador do projeto juntamente com o professor Frederico Nunes. “Estamos felizes em ver o resultado desse trabalho e de poder entregar as caixas de ferramentas, que são doações vindas de Belém do Pará, de Campina Grande, de Caruaru e de outros lugares. Gente do Brasil inteiro acredita em vocês”, acrescentou o professor Flávio Miranda, que integra um grupo da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem que se mobilizou para contribuir com a iniciativa.

Ainda durante o curso, vários alunos obtiveram da Justiça o direito a progredir de medida socioeducativa, puderam sair do Case Jaboatão e voltar para casa. Mesmo assim, mantiveram o compromisso de terminar as aulas. As próprias famílias levaram os adolescentes para o ato de certificação. “Gostei muito de ter participado. E a área que eu aprendi é muito boa para trabalhar”, elogiou o ex-socioeducando M.N., 15 anos. Também presente ao evento para receber o certificado, o agente socioeducativo José Carlos Figueiredo, 63 anos, comemorou a conquista. “Eu entendia alguma coisa de eletricidade, mas, agora, formalizei esse conteúdo. Considero o ser humano um eterno aprendiz. Achei muito bom que tenham incluído os agentes socioeducativos na turma e a experiência de ter me surpreendido com a inteligência impressionante que os adolescentes demonstraram ter”, afirmou.

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