Em entrevista exclusiva concedida ao Estadão, o presidente Jair Bolsonaro afirmou encontrar indícios de que a maioria dos nove governadores nordestinos buscam implementar a divisão do Nordeste contra o resto do Brasil. O presidente ressaltou que é seu dever buscar a união do país, que em sua visão, foi dividido pelo Partido dos Trabalhadores.
Questionado sobre o recente aumento de declarações polêmicas, o presidente afirmou que apesar das críticas feitas ao seu linguajar, realiza tentativas de se polir, mas destaca que a população brasileira já sabia qual era sua maneira de falar, Bolsonaro ressalta que os comentários não são motivo de aborrecimento.
Ainda comentando as críticas que recebe, o presidente avaliou que os comentários feitos a indicação de Eduardo Bolsonaro para ser embaixador nos Estados Unidos, só aconteceram por conta de sua relação de parentesco com o deputado. Mas, destacou as referências de Eduardo e o recente comentário do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou acompanhar o trabalho de Jair Bolsonaro, além de conhecer o filho do presidente.
Bolsonaro demonstrou preocupação sobre o que classificou como uso de minorias pela esquerda para atingir um objetivo. O presidente considera que a divulgação de dados sobre o desmatamento na Amazônia é mais um desses casos. Na visão do presidente, as comunidades indígenas, LGBT e até mesmo o povo do Nordeste são utilizados como massa de manobra política.
Perguntado sobre a relação com as outras esferas da República, o presiente afirma que mesmo que não goste do que seja debatido no Supremo, é obrigado democraticamente a aceitar. Bolsonaro ressalta que tem respeito e consideração pelo chefe do Poder Judiciário. Sobre a relação com o Congresso, comenta que continua com muito amor e carinho.
Sobre sua relação com a imprensa, Bolsonaro afirma acreditar que aqueles que lêem jornal estão desinformados, assim como aqueles que não lêem não estão informados, apesar do desejo de que essa máxima não existisse mais. O presidente comenta que se informa diariamente através de uma rede no aplicativo Whatsapp, apesar de nem sempre ter disponibilidade para responder a todos que o procuram através do aplicativo, sendo necessário priorizar as conversas de acordo com o grau de amizade, responsabilidade e confiança. Apesar de ser informado sobre notícias que lhe interessam através do aplicativo, Bolsonaro declara que também faz questão de acessar aos sites diretamente.
No que diz respeito ao vazamento de mensagens entre os procuradores e o ministro Sergio Moro, o presidente afirma que não protege o ex-juiz, apenas busca a justiça. Bolsonaro reafirmou sua opinião de que receber mensagens obtidas através de invasão pode ser considerado crime de receptação.
Diario de Pernambuco