Os Ministérios da Saúde e das Relações Exteriores informaram, em nota, nesta terça-feira (5) que está confirmada a importação de 2 milhões de doses da vacina de Oxford contra a Covid-19 produzida na Índia. As doses, segundo o órgão, devem chegar ao Brasil ainda neste mês.
“Não há qualquer tipo de proibição oficial do governo da Índia para exportação de doses de vacina contra o novo coronavírus produzidas por farmacêuticas indianas”, informaram os ministérios na nota. De acordo com as pastas, as negociações entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Serum da Índia, responsável pelo fornecimento da vacina, para a importação “encontram-se em estágio avançado, com provável data de entrega em meados de janeiro”.
Na última segunda-feira (4/1), o presidente do instituto Serum, responsável pelo fornecimento da vacina ao Brasil, Adar Poonawalla, disse que o governo indiano não permitiria a exploração da vacina produzida no país. Nesta terça-feira, entretanto, ele publicou uma mensagem no Twitter afirmando que “as exportações de vacinas são permitidas para todos os países e um comunicado conjunto esclarecendo quaisquer mal-entendidos com relação à Bharat Biotech será feito”.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, se reuniu na última segunda-feira (4) com o embaixador da Índia em Brasília para tratar do assunto. Segundo o Itamaraty e a pasta da Saúde, a embaixada do Brasil em Nova Delhi “está em contato permanente com autoridades indianas para reforçar a importância do início da vacinação no Brasil”. As pastas pontuaram que uma nota conjunta do Instituto Serum da Índia e a Bharat Biotech foi publicada nesta terça-feira, na qual “comunicaram a sua firme intenção de garantir acesso mundial a suas vacinas contra Covid-19”.
O alerta foi feito pela Fiocruz, responsável pela produção da vacina no Brasil, que acionou os ministérios a fim de buscar uma solução diplomática para o caso. “A busca por doses prontas da vacina contra a Covid-19 sempre esteve na pauta das tratativas com a farmacêutica Astrazeneca”, disse, em nota, a Fiocruz.
A importação é uma forma encontrada pela fundação de acelerar o início da imunização aos grupos prioritários. “A estratégia é contribuir com o início da vacinação ainda em janeiro com as doses importadas e, ao mesmo tempo, dar início à produção, de acordo com o cronograma já amplamente divulgado”, esclareceu a fundação.
Como essas doses iniciais são produzidas na Índia, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) precisa fazer uma análise complementar, averiguando “a comparabilidade entre a vacina do estudo clínico, que é fabricada no Reino Unido, com a vacina fabricada na Índia, bem como os dados de qualidade e condições de boas práticas de fabricação e controle”, explicou a Anvisa.
Já o pedido de registro da vacina, o que permitirá a comercialização e distribuição em massa das doses, deve ser protocolado em 15 de janeiro pela Fiocruz. Por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), a fundação planeja produção própria de 110 milhões de doses ainda no primeiro semestre.
Correio Braziliense