Prestes a completar cem dias na presidência, Jair Bolsonaro segue perdido e desarticulado. A avaliação é do líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). Para ele, o presidente até agora não mostrou a que veio e tem se destacado apenas pelas inúmeras polêmicas que diariamente protagoniza e pelas desavenças dentro e fora do governo. O resultado, segundo o senador, pode ser comprovado pelo número de proposições apresentadas pelo Executivo ao Congresso Nacional. Até agora, o governo encaminhou apenas 16 projetos ou medidas provisórias. Nenhuma das propostas foi aprovada. Todas seguem tramitando em ritmo lento.
“Tudo isso mostra que o quão despreparado é o presidente e o quão incompetente é o seu governo. Jair Bolsonaro não tem estatura para o cargo que ocupa e nem uma proposta clara para o país. Ele parece mais um palhaço preocupado em fazer graça para o seu circo do que um presidente preocupado com o bem-estar da população. Nesses quase 100 dias de governo, ele somou mais desafetos do que apresentou projetos. Não à toa, sua rejeição aumenta consideravelmente”, disse o senador.
Entre as proposições apresentadas, se destaca a Reforma da Previdência, que vem sendo defendida arduamente pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. A proposta, no entanto, vem recebendo sérias críticas de partidos do governo e da oposição. “É um projeto cruel, que acaba com a Previdência Social como conhecemos hoje e amplia as distorções. Do jeito que está, jamais passará. É um disparate querer que os trabalhadores, especialmente os mais pobres, paguem a conta. A cada dia, as pessoas têm tomado conhecimento do projeto e a rejeição a medida é crescente na sociedade e no próprio Congresso”, afirmou Humberto.
O senador também lembrou que, além de não ter aprovado um projeto sequer no parlamento, o governo vem acumulando derrotas no Congresso. “A lua de mel durou muito pouco. E a aprovação do Orçamento Impositivo na Câmara dos Deputados foi a prova disso. O governo segue sendo a imagem e semelhança do seu mandatário: despreparado e desagregador. Nem mesmo os próprios integrantes da gestão se entendem. O mandato que mal começou e já parece estar com os dias contados”, avaliou o senador.