O governo indicou o atual secretário de energia elétrica do Ministério de Minas e Energia, Rodrigo Limp Nascimento, para integrar o conselho de administração e a presidência da Eletrobras.
Formado pela Universidade de Brasília, Limp é um dos técnicos mais respeitados em energia. Sua experiência foi acumulada ao longo de nove anos como técnico da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Entre 2015 e 2018 serviu como consultor legislativo nas áreas de recursos minerais, hídricos e energéticos da Câmara dos Deputados.
Deixou o Congresso para assumir a direção da Aneel, mandato que exerceu até março de 2020, quando assumiu a secretaria do ministério.
Pessoas que participaram das discussões afirmam que a indicação foi do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que pretendia ter uma “solução caseira” para garantir o processo de capitalização da Eletrobras –que patina no Congresso desde a gestão do ex-presidente Michel Temer.
Desde então, o governo já enviou duas propostas de venda do controle que caducaram diante da resistência dos parlamentares em abrir mão de uma estatal que ajuda a abrigar não somente cargos em redutos eleitorais como desenvolve projetos de cunho social nesses locais.
“A indicação reafirma o compromisso do governo na continuidade das ações visando ao aumento da eficiência operacional e ao aprimoramento da estratégia de sustentabilidade da Eletrobras, observando que o processo de capitalização, em tramitação no Congresso Nacional, é essencial para a empresa se torne mais forte e competitiva, contribuindo para gerar emprego e renda à população brasileira, e proporcionando menores custos e melhores serviços aos consumidor es de energia elétrica”, disse o ministério de Minas e Energia em nota.
A indicação do governo gera pressão sobre o processo de seleção de um executivo no mercado que vinha sendo conduzido pela companhia.
A ideia do conselho de administração era concluir esse processo em meados de abril. Com a indicação, o governo quer interferir na decisão do conselho, que delegou a tarefa de recrutamento a uma empresa especializada. Caso seja confirmado, Limp deverá dar prosseguimento à gestão de seu antecessor, Wilson Ferreira Junior, que deixou o comando da empresa diante da resistência do Congresso em aprovar a capitalização da estatal.
Neste momento, o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), relator do processo, avisou ao governo que pretende modificar completamente o modelo de venda de controle.
Em vez de capitalização (processo sem que a União vende ações para ter sua participação diluída), o deputado prefere que a estatal venda suas subsidiárias.
Folhapress