Governo inicia reformas no SVO de Caruaru

IML (55)

Pedro Augusto

Representantes das secretarias estaduais de Saúde e de Defesa Social estiveram promovendo coletiva de imprensa na manhã da última quarta-feira (30), na sede da Delegacia Regional de Caruaru, entre os bairros Boa Vista I e II. Em pauta, o anúncio do início das reformas na estrutura física do Serviço de Verificação de Óbito (SVO), que também integra as atividades do Instituto de Medicina Legal da Capital do Agreste.
O complexo fica integrado ao Hospital Regional do Agreste, no Bairro Indianópolis, e acabou sendo interditado pela Defesa Civil no dia 25 do mês passado, após a queda de parte de seu teto em decorrência de ventos fortes. De acordo com o diretor do IML de Caruaru, Marcos Gomes, mesmo com o procedimento da Defesa, os serviços oferecidos pelo instituto não deixaram de atender a demanda local.

“Na verdade, a nossa unidade ficou interditada por apenas quatro dias. Durante este curto período, os exames sexológicos e traumatológicos que são feitos em pessoas vivas foram realizados no setor de fisioterapia do HRA, bem como as perícias promovidas em vítimas de homicídios, suicídios e acidentes foram realizados no IML do Recife. Para isso, deslocamos equipes de peritos daqui para auxiliar nos trabalhos feitos na capital pernambucana. Com exceções dos deslocamentos de corpos que precisaram ser promovidos, os serviços desempenhados pelo IML local seguiram o mesmo ritmo sem causar maiores prejuízos para a população”, informou Gomes.

De acordo com o coordenador médico do SVO de Caruaru, Túlio Araújo, desde a última terça-feira (29) – data em que a Defesa Civil fez a liberação da unidade – que foram iniciadas as obras em sua estrutura física. O conjunto de intervenções no complexo local tem como objetivos ampliar os alojamentos, construir uma antessala com a instalação de uma câmara fria, qualificar a sala de autópsia, bem como oferecer melhores meios de acessibilidade. “Acredito que esse pequeno contratempo com a queda do teto veio a calhar, haja vista que o Governo do Estado acabou agilizando as reformas no prédio local. Estas últimas estavam autorizadas desde o primeiro semestre deste ano após a licitação da empresa para promover os reparos ter sido publicada no Diário Oficial do Estado.”

Para colocar em prática as reformas, o Governo de Pernambuco realizou um investimento financeiro na ordem de R$ 226 mil. A estimativa é de que todas as melhorias sejam finalizadas no prazo máximo de 90 dias. Até lá, as atividades administrativas e os exames sexológicos e traumatológicos do IML estarão sendo feitos em contêneires instalados próximos ao prédio do Serviço de Verificação de Óbito. “Já as perícias e os demais serviços de necropsia ocorrerão normalmente na estrutura do SVO, apesar de todas as reformas”, informou o diretor-adjunto da Polícia Científica do Estado, José César Ferreira.

Ainda na coletiva, este último comentou a respeito das obras do Complexo da Polícia Científica, que já vêm se arrastando há vários anos e ainda não foram finalizadas na cidade. “Infelizmente, tivemos um problema com a empresa que estava tocando a obra. Ela simplesmente abandonou os trabalhos. Hoje nos encontramos com 60% das implantações feitas e a tendência é que até o próximo trimestre consigamos obter a nova licença ambiental para darmos sequência aos investimentos. Estimamos um prazo máximo de um ano e seis meses para termos finalizado o complexo. Quando estiver pronto, ele proporcionará uma qualificação ainda maior para o oferecimento dos nossos serviços”, acrescentou José César.

Mesmo com a aplicação das reformas, segundo a diretora do SVO, Paula Jácome, a demanda não sofrerá nenhum prejuízo em relação ao atendimento atual da unidade. “Neste intervalo de obra, estaremos recebendo os cadáveres no mesmo período da unidade do Recife, ou seja, das 7h até as 17h. As pessoas que tiverem por ventura familiares falecidos à noite não terão nenhum prejuízo, haja vista que poderão velá-los e levá-los posteriormente para o nosso complexo. Todos esses investimentos estão sendo necessários para melhorarmos as condições não só do SVO, mas também do IML”, ressaltou.

Para quem ainda desconhece, o SVO é vinculado à Secretaria Estadual de Saúde. Ele é um serviço de avaliação da causa da morte desconhecida ou duvidosa com o objetivo de fornecer elucidação diagnóstica e informações complementares para o serviço de epidemiologia e políticas de saúde pública em geral, o que para a sociedade é de suma importância, pois pode colocar em evidência os possíveis riscos à saúde que estão em emergência, tanto os já conhecidos quanto os que não são comuns, ou ainda casos de uma doença nova em um determinado local.

Ou seja, se houve uma morte cuja causa ainda não foi esclarecida por ter evoluído muito rápida ou se ainda houver dúvidas quanto ao real motivo do óbito, o SVO tem a finalidade de ‘estudar’ o corpo através da necrópsia por profissionais qualificados, tais como médicos patologistas, técnicos em necrópsias e laboratoristas que realizam diversas análises no próprio corpo, exames laboratoriais (hematológicos, sorológicos e bioquímicos, toxicológicos e imuno-histoquímicos), anátomo e histo patológicos.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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