Após semanas de queimadas na Amazônia e no Pantanal, o governo federal informou na noite desta terça-feira (22) que vai enviar a Mato Grosso, nesta quarta (23), 43 bombeiros da Força Nacional de Segurança Pública, dez viaturas, dois micro-ônibus e um helicóptero para auxiliar no combate aos incêndios.
De acordo com o Ministério da Justiça, a portaria que autoriza o envio foi assinada pelo chefe da pasta, André Mendonça, e será publicada no “Diário Oficial da União” desta quarta-feira. O comboio partirá de Brasília no início da manhã.
Segundo a pasta, o combate às queimadas será realizado por profissionais e equipamentos especializados neste tipo de ação. Os bombeiros atuarão na região por 30 dias, prazo que poderá ser prorrogado.
A portaria atende a um pedido do governador Mauro Mendes (DEM). O ministério informou também estar em contato com as secretarias de Segurança Pública do Distrito Federal e do Paraná, que poderão disponibilizar mais militares para Mato Grosso.
De acordo com dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), até 21 de setembro, toda a Amazônia registrava 27.660 focos de queimada, número maior que em todo o mês de setembro do ano passado (19.925 focos).
No Pantanal, o órgão aponta 5.966 focos ativos detectados pelo satélite de referência até 21 de setembro ante 2.887 em todo o mês de setembro de 2019.
Fazendo-se um recorte apenas de Mato Grosso, o Inpe indica 17.847 focos ativos detectados pelo satélite de referência até esta quarta-feira. No ano passado, foram 10.747 focos durante todo o mês.
Mais cedo, no discurso que fez na abertura da 75ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que as riquezas da Amazônia despertam interesses estrangeiros e escusos e é por isso que, em sua visão, o governo é vítima do que chamou de “brutal campanha de desinformação” -ele seguiu minimizando os incêndios e negando que conduza uma gestão ambiental negligente.
Segundo Bolsonaro, as queimadas se dão por condições naturais inevitáveis ou pela atuação de índios e caboclos. O presidente disse ainda que os focos de incêndio criminosos “são combatidos com rigor e determinação” e que tem “tolerância zero com o crime ambiental”.
A França, assim como outros países da União Europeia, quer impor condições ambientais para que as negociações do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul tenham seguimento.
Nesta terça, o Itamaraty e o Ministério da Agricultura divulgaram uma extensa nota para rebater o governo francês. O governo diz que um eventual fracasso do acordo vai aumentar a devastação da Amazônia.
Ele não fez qualquer menção ao aumento no número de queimadas na Amazônia e no Pantanal.