Prestes a completar uma semana de greve, os policiais civis de Pernambuco continuam com todas as atividades paralisadas e sem previsão de retorno. De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis de PE (Sinpol), a adesão continua em 90% de todas as delegacias e institutos do Litoral ao Sertão do Estado. Os policiais continuam pedindo melhores condições de trabalho. A greve completa oficialmente uma semana as 18h30 desta segunda-feira (21). A deflagração do movimento foi dada na semana passada.
A Secretaria de Defesa Social (SDS) informou que estão sendo registrados Boletins de Ocorrência, presencialmente e por meio da Delegacia pela Internet, assim como estão sendo feitos flagrantes, diligências e investigações. A SDS ressaltou, em nota, que por duas vezes seguidas, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decidiu pela ilegalidade da greve, impondo penalidades ao Sindicato.
“O Estado tem oferecido um aumento de 20%, e com o pagamento só para julho, vale lembrar que o que nos oferecem não cobre nem a inflação dos últimos três anos, o que dirá a inflação que vem agora de 2022 que já tem uma projeção de 6% a 7%. O que nós pedimos é o que seja igual ao que foi dado aos professores, 35%. Após sete meses tentando negociar, dialogar e buscar uma saída que a categoria se sinta valorizada, chegamos ao nosso limite. Quem nos empurrou para essa greve foi o Governo do Estado”, disse o presidente do Sinpol, Rafael Cavalcanti.
Desde a deflagração do movimento, o Sindicato ressaltou que monitora o movimento em todo o Estado, cuja adesão continua em 90% de todas as delegacias e institutos do Estado. “A nossa disposição é de dialogar e construir uma saída que seja justa, que seja honesta, e que tenha uma valorização mínima, real, para que a categoria possa produzir”, complementou o presidente.
O Sinpol alega que os policiais civis de Pernambuco estão sem aumento salarial há quatro anos, desde 2019 reajustado pela inflação. “Os Policiais Civis continuam pedindo melhores condições de trabalho, com equipamentos públicos sucateados, uma das piores estruturas do País, com o mesmo valor investido de 11 anos atrás, sendo o 22° estado que menos investe em Segurança Pública e a categoria de base tendo um dos piores salários do país”.
Segundo o Sindicato, desde a deflagração do movimento 90% da categoria está comprometida com a greve. Ontem (20), a greve entrou no sexto dia de paralisação. Desde então, todas as atividades da polícia estão paralisadas.
Penalidades
Em nota, a Secretaria de Defesa Social (SDS) ressaltou que por duas vezes seguidas, o Tribunal de Justiça de Pernambuco decidiu pela ilegalidade da greve, impondo penalidades ao Sinpol.
“A Secretaria de Defesa Social informa que continua à disposição do Sinpol para dialogar sobre valorização profissional dos policiais civis. Após estudos de impacto financeiro nas contas públicas, foi feita uma proposta de reajuste na casa dos 20%. Neste momento, a SDS e a Chefia da PCPE estão adotando todas as providências necessárias para garantir que serviços essenciais sejam mantidos. Estão sendo registrados Boletins de Ocorrência, presencialmente e por meio da Delegacia pela Internet, assim como estão sendo feitos flagrantes, diligências e investigações. A população deve continuar denunciando crimes e acessando serviços”, diz a nota da SDS.
De acordo com o Sindicato, a conta corrente pessoal do presidente do Sinpol, Rafael Cavalcanti, foi bloqueada pelo Poder Judiciário por motivo de “atividade sindical”, na última quinta-feira (17). O Departamento Jurídico do Sinpol emitiu uma nota oficial confirmando o fato, que classificou como “uma decisão injusta e ilegal, e jamais vista na justiça de Pernambuco”.
“Não há porque o presidente ser responsabilizado por uma atividade sindical, quando o mesmo estava atuando por uma pessoa jurídica, em defesa de uma instituição que representa toda uma categoria. O Departamento Jurídico do sindicato informa que está preparando os recursos e medidas cabíveis para reverter essa decisão”, diz o trecho da nota.
A população pode fazer queixas sobre dificuldades no atendimento por meio da Ouvidoria da SDS, que atende pelo telefone 0800.081.5001 (ligação gratuita).
Diario de Pernambuco