H1N1 tem terceira morte confirmada em Pernambuco

Folhape

A terceira morte relacionada ao H1N1 foi confirmada em Pernambuco. Dessa vez, a vítima foi um homem de 41 anos que residia em Barreiros, na Mata Sul. O óbito ocorreu no dia 2 de abril, no Hospital Regional de Palmares. Diferente dos casos anteriores, a vítima não apresentava outras doenças associadas (comorbidades), fator considerado de risco para o agravamento do vírus. Com uma baixa procura pela vacinação, os casos graves de H1N1 dobraram nas duas últimas semanas no Estado e os internamentos por H3N2 subiram 25%.

O último boletim de Influenza aponta que os quadros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) saltaram de 372 para 452, sendo que os SRAG por H1N1 foram de sete para 14 e os de SRAG por H3N2 subiram de oito para dez. As comparações se referem às semanas epidemiológicas 16 e 17 (até 21 de abril e até 28 de abril). “A gente está com vacina disponível há três semanas e menos de 20% do público se vacinou. Está muito baixo. Nas redes sociais, muita gente está falando que está com medo, mas esse medo não reverbera em atitude de procurar a vacina se a pessoa é do grupo de risco”, lamentou o diretor geral de Controle de Doenças Transmissíveis da Secretaria Estadual de Saúde (SES), George Dimech.

A preocupação tem sentido porque, segundo ele, a vacina impacta muito na gravidade da doença entre pessoas com pormenores de imunidade e condição do organismo que fazem parte do grupo de risco. Do dia 23 de abril, quando iniciou a imunização contra a Influenza, até o momento, apenas 414.875 pernambucanos procuraram as doses. Isso representa 17,2% das 2.399.361 pessoas aptas para a proteção no SUS. A aposta da SES e das secretarias municipais para virar esses números de imunização é o próximo sábado (12), escolhido no País como o Dia D da Campanha Contra a Influenza. Nessa data, apenas em Pernambuco, cerca de cinco mil pontos de vacinação estarão recebendo os grupos prioritários.

Além da vacinação, Dimech destacou para conter as gripes de forma geral a população tem que reforçar estratégias de etiqueta respiratória como higienizar sempre as mãos, usar lenços ao espirrar ou tossir e não sair de casa se estiver doente. Entre os quadros de síndrome gripal o aumento nas duas últimas semanas foi de 12,7% entre 21 e 28 de abril. As quatro unidades sentinelas do Estado, localizadas no Recife (3) e em Jaboatão dos Guararapes (1), registraram até 28 de abril, 11.109 atendimentos. Entre esse total, foram confirmados 23 casos de influenza H1N1 (+43,7% a mais em relação a 21.04), 12 de influenza H3N2 (+33,3%), 1 de influenza B, 1 de vírus sincicial respiratório (VSR) e 1 de adenovírus.

Grupos alvo
A vacinação é indicada para idosos, crianças de 6 meses a menores de 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias), gestantes, puérperas (mulheres que tiveram filhos até 45 dias), trabalhador de saúde, professores, povos indígenas, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas, população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional. Pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis também estão na lista de prioridade.

A SES esclarece que, em doenças agudas febris moderadas ou graves, recomenda-se adiar a vacinação até a resolução do quadro. As pessoas com história de alergia a ovo, que apresentem apenas urticária após a exposição, podem receber a vacina da influenza mediante adoção de medidas de segurança. A vacina é contraindicada para pessoas com história de reação anafilática prévia em doses anteriores, bem como a qualquer componente da vacina ou alergia comprovada grave relacionada a ovo.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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