Fernando Haddad teve encontro no sábado (13/10) com artistas da periferia de São Paulo. O candidato da coligação “O povo feliz de novo” ouviu muitas histórias de jovens que hoje têm diploma universitário e uma profissão, graças aos programas criados por Haddad como ministro da educação de Lula.
Em conversa com jornalistas, Haddad falou sobre alguns projetos do seu plano de governo, como o Minha Casa Minha Vida, o FIES e sobre alguns de seus planos para a área da Cultura da periferias. Ele falou ainda sobre a recusa de Jair Bolsonaro em ir a debates.
Haddad lamentou o fato de o Minha Casa Minha Vida estar parado, uma vez que o programa transformou a vida de milhões de pessoas. Afirmou que vai retomá-lo, anunciando a meta de construir 500 mil unidades ao ano, no mínimo. “Nós vamos pegar toda terra pública das grandes cidades, bem localizadas, e vamos doar para o Minha Casa Minha Vida. Uma das críticas que o programa recebeu era que as casas eram um pouco afastadas de onde está o emprego. Aqui em São Paulo existem terras da União, do INSS, da antiga rede ferroviária. São terras disponíveis, que serão doadas. E estarão mais perto do trabalho, já com infraestrutura instalada”, disse ele, afirmando que sua meta é entregar 2 milhões de moradias ao final de sua gestão.
O candidato também falou sobe o Fies, lembrando que é preciso gerar empregos no país para que todos possam saldar suas dívidas. “É preciso refinanciar o Fies. Não vamos deixar os estudantes inadimplentes. Eles estão se formando e não estão conseguindo emprego, por isso não conseguem pagar. Primeira providência é gerar empregos para quem sai da faculdade. Fies é muito importante. E neste governo caiu de 700 mil pra 100 mil novos contratos. Vamos retomar o programa, garantindo que quem sai da faculdade tenha emprego”.
Haddad voltou a afirmar que está disposto a ir a qualquer lugar, que tenha a garantia de um ambiente sereno de discussão, para debater com seu adversário Jair Bolsonaro. “Precisamos esclarecer a opinião pública sobre os temas que hoje afligem o cidadão brasileiro”, disse Haddad, lamentando a postura de seu oponente até aqui. “Quem não tem proposta não tem o que debater. Eu lamento porque se alguém quer presidir o país tem que apresentar um projeto para o país. Não pode passar incólume. Tem que passar pelo crivo do contraditório. Inclusive para esclarecer o que vem dizendo. Não tem paralelo de alguém querer chegar na presidência sem debater”.
Sobre nomes para o seu ministério, Haddad afirmou que está conversando com algumas pessoas. Não quis revelar nomes, mas destacou que pessoas como Paulo Guedes jamais seriam seu ministro da Fazenda porque “banqueiro não está preocupado com geração de empregos”.
Haddad disse que vai levar para o governo federal um projeto que fez como prefeito de São Paulo, que destina uma parte do orçamento da pasta para produção cultural das periferias das grandes cidades. “Hoje a periferia é que mais produz cultura e nem sempre recebe apoio do poder público. Uma parte do orçamento voltado para produção cultura vai ser destinada a coletivos de periferia necessariamente”.
Perguntado sobre o Partido dos Trabalhadores fará autocrítica, Haddad falou que tem feito isso com frequência. “Todo dia, faço uma crítica de algo que fizemos de forma equivocada, mostrando formas de superação. O ministério que comandei quase 7 tinha uma controladoria muito forte e por isso não tivemos casos de corrupção. O ministério tinha um orçamento de 100 bilhões. Eu vou levar o mesmo tipo de controle para estatais. Para evitar erros que cometemos no passado. Vamos fortalecer esses órgãos de controle”, afirmou Haddad. O candidato lembrou que enquanto os acusados de corrupção tiverem recurso, ninguém pode ser considerado culpado. “É preciso garantir amplo direito de defesa. Só a justiça pode condenar. Isso está na Constituição”.