Henry será relator em plenário. “Enterro” do voto impresso é dado como certo

Até a última sexta-feira, o deputado federal pernambucano Raul Henry ainda aguardava para saber se também seria o relator da PEC do voto impresso em plenário. Ele foi designado relator da proposta na comissão especial que tratou do tema, tendo sido autor do relatório vencedor, aprovado na última sexta-feira, por 22 x 11. A posição vitoriosa foi pela rejeição e arquivamento da PEC, de autoria da deputada Bia Kicis, aliada do presidente Jair Bolsonaro. A referida proposta torna obrigatório o voto impresso. Ontem, Henry teve a confirmação de que seguirá como relator em plenário, onde a PEC vai à votação, hoje, a despeito da derrota no colegiado. A tendência é que a mesma seja “enterrada” de vez, segundo bolsa de apostas de parlamentares Inicialmente, a intenção do presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, de levar o tema a plenário, gerou reação da Oposição, que estranhou. Em conversas reservadas, no entanto, oposicionistas, agora, têm dito que, posteriormente, entenderam que a estratégia não era endossar a bandeira bolsonarista, mas, sim, “sepultar” o assunto e “dar peso político” a essa decisão.

À coluna, Henry já havia externado sua convicção de que a PEC “não passa em plenário”. Ontem, em entrevista à CBN, Arthur Lira destacou que há 15 ou 16 partidos que são contra o voto impresso e advertiu que as “chances de aprovação podem ser poucas”. Ainda segundo ele, discutir o voto impresso como prioridade é como “o rabo abanar o cachorro”. Henry ficou de embarcar na madrugada de hoje para Brasília e, à coluna, informa que vai “tomar o pulso” ou a temperatura quando chegar ao plenário. Mas não mudou a percepção do final da semana passada: “Minha convicção é de que esse projeto não passa. É um retrocesso, só serve para dividir o País, semear discórdia e ódio”. O emedebista adverte que os defensores do voto impresso, pivô da crise institucional entre o Judiciário e Palácio do Planalto, precisarão de 308 votos para modificar o que consta na Constituição hoje. Ontem, o próprio presidente Bolsonaro admitiu: “Se não tiver uma negociação antes, um acordo, vai ser derrotada a proposta”. A conferir.

Parlamentares reagiram, ontem, ao desfile de blindados previsto para hoje em Brasília no dia em que a PEC do voto impresso vai à votação. Raul Henry tachou de “alucinação” a iniciativa das forças armadas de levar convite ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Defesa, Braga Netto, nesse formato de ato em dia carregado de simbolismo. “Todo mundo está achando uma alucinação”, observa Raul Henry à coluna.

Em tempo > “Nunca aconteceu esse desfile antes. É, no mínimo, uma decisão infeliz do Ministério da Defesa de promover esse desfile (exibição da Marinha) no momento em que o Congresso está votando matéria que, reconhecidamente, tem causado muita tensão ao País”, pondera Henry.

Corta-jaca 1 > Presidente da Alepe, Eriberto Medeiros se filiou ao PP, em Brasília, pelas mãos de Ciro Nogueira, que mandou mensagem, convidando o deputado estadual para sua posse. Eriberto foi à solenidade e teve encontro com Eduardo da Fonte, dirigente estadual do PP, por lá. Há quem aposte que o ministro da Casa Civil pode ser a ponte para resgatar a relação de Eriberto e de Eduardo, que passou por abalo recente.

Corta-Jaca 2 > Eriberto Medeiros e Eduardo da Fonte voltaram a se encontrar, no Recife, na última sexta-feira, em evento dos procuradores gerais do Nordeste com a bancada federal de Pernambuco. Mais uma vez, trocaram cumprimentos, mas ainda não conversaram de forma mais aprofundada.

Folhape

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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