Um morador da Inglaterra, cuja identidade não foi revelada, foi infectado pelo H5N1, vírus da gripe aviária, informou a Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido (UKHSA). Em um comunicado, o governo britânico afirmou que a pessoa adquiriu a infecção por contato “muito próximo e regular com um grande número de aves infectadas que mantinha dentro e ao redor de sua casa por um período prolongado de tempo”. Todos os contatos do paciente foram testados, e não há evidência de propagação da infecção.
A transmissão da gripe aviária para humanos é rara, mas algumas cepas do vírus podem passar de pássaros para pessoas. Geralmente, isso acontece quando há contato próximo com um animal infectado. Já a propagação entre humano é considerada raríssima, disse a Agência de Segurança de Saúde. Trata-se do primeiro caso do tipo no Reino Unido.
“Embora o risco de gripe aviária para o público em geral seja muito baixo, sabemos que algumas cepas têm potencial para se espalhar para os humanos. É por isso que temos sistemas robustos em funcionamento para detectá-los precocemente e agir”, afirmou, no comunicado, Isabel Oliver, diretora científica da UKHSA. “Atualmente, não há evidências de que essa cepa possa se espalhar de pessoa para pessoa, mas sabemos que os vírus evoluem o tempo todo e continuamos a monitorar a situação de perto.”
Malcolm Bennett, professor de doenças zoonóticas e emergentes da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, observa que, embora rara, a situação deve ser acompanhada com atenção. “Além do risco direto da doença, existe a possibilidade de os vírus da gripe aviária se reorganizarem com os da gripe humana ou de outros mamíferos, dando origem a novas cepas que combinam a capacidade do vírus humano de infectar e ser transmitido entre pessoas com antígenos do vírus das aves, aos quais não temos imunidade preexistente” explica. “Pode ser que estejamos nos aproximando de um ponto em que, em vez de pensar na gripe aviária como uma doença exótica a ser controlada pelo abate de aves domésticas, precisemos pensar nisso como algo sazonalmente ‘normal’ a ser controlado por imunização”, opina.
Correio Braziliense