Com a previsão de um rombo recorde de R$ 159 bilhões para este ano, o governo de Michel Temer (PMDB) decidiu abrir mão de cobrar no Supremo Tribunal Federal (STF) uma dívida de cerca de R$ 17 bilhões de produtores rurais para com o Funrural, o Fundo de Assistência ao Trabalhador. A decisão foi vista como mais um aceno à bancada ruralista da Câmara, que é uma das mais importantes da Casa, no momento em que o Congresso deve votar a segunda denúncia contra Temer.
Desta vez, o peemedebista foi acusado pela Procuradoria-Geral da República de chefiar uma organização criminosa e obstruir a Justiça. Para o líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT), a gestão peemedebista usa dois pesos e duas medidas quando se trata dos gastos públicos e faz qualquer negócio para se manter no poder.
“Dinheiro para investir em educação, saúde e moradia não tem. Mas para perdoar a dívida de quem tem muito e, ainda assim, deixa de pagar, aí não falta. É esse o projeto do PMDB e do PSDB quando orbitam o poder: beneficiar os que mais precisam e punir os mais pobres”, afirmou o senador.
Durante a votação da primeira denúncia contra o peemedebista na Câmara, o presidente já tinha garantido uma anistia de cerca de R$ 8,6 bilhões aos produtores rurais. “Temer não está preocupado em salvar a economia e os milhões de desempregados do país. Ele só pensa em salvar a sua pele e a dos seus comparsas como Caju, Angorá, Babel e Primo (codinomes de Romero Jucá, Moreira Franco, Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha), que, dia após dia, estampam os jornais com novas denúncias de corrupção. Gastou bilhões para se safar da primeira denúncia e agora faz tudo novamente. Não podemos aceitar esses absurdos. É preciso denunciar esse tipo de irresponsabilidade com o dinheiro público”, sentenciou Humberto.