As denúncias de que Deltan Dallagnol e outros procuradores da Lava Jato montaram um plano de negócios com palestras e eventos para lucrar com a fama e os contatos obtidos na operação caíram, de acordo com o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), como uma bomba no Parlamento do Mercosul (Parlasul). O senador está em Montevidéu, no Uruguai, onde participa da 65ª reunião plenária com os integrantes do bloco.
Membro da bancada progressista, Humberto declarou, nesta segunda-feira (15), que os colegas dos outros países ficaram perplexos com as notícias divulgadas pela imprensa brasileira e avaliaram que a troca de mensagens publicada reforça o caráter persecutório, político e até financeiro da operação.
“Todos aguardam uma apuração rigorosa dos fatos. Temos conhecimento de que a parcialidade da Lava Jato no Brasil começou há muito tempo. No ano passado, a perseguição se intensificou para evitar que o líder nas pesquisas eleitorais, o ex-presidente Lula, disputasse o pleito. Hoje, estamos vendo os responsáveis por tudo isso sob absoluta suspeita. Eles agiram de foram criminosa e corrupta”, criticou Humberto.
Para o parlamentar, Deltan Dallagnol e outros integrantes do Ministério Público no Paraná buscaram usar o prestígio alcançado com parte da sociedade brasileira com a Operação Lava Jato para vender conferências mundo afora e tirar proveito econômico da situação.
“Eles tentaram organizar fundações e entidades por meio de sociedade oculta e agenciaram entre si a realização de palestras. Agora, temos certeza que a perseguição a Lula também teve um caráter não só político, mas também financeiro”, declarou.
No seu discurso na sessão plenária do Parlamento do Mercosul, o senador ainda afirmou que, a cada dia que se passa, a legitimidade do governo brasileiro eleito se perde, inclusive pelas descobertas reveladas pelo site The Intercept de que objetivos ocultos estavam presentes na atuação do então juiz Sergio Moro e de outros membros da Lava Jato.