Humberto diz que Senado não terá “processo guiado por vingança”‏

Comparando o processo de votação do impeachment, desse domingo (17), com um “circo de horrores”, o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT),
disse estar confiante no apoio a presidente Dilma Rousseff (PT) na Casa e
na postura do presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) na condução do processo.

“No Senado, tenham certeza, não teremos um processo guiado pela vingança,
pelo rancor e pela perseguição política que se viu no processo presidido de
forma arbitrária e parcial pelo presidente da Câmara. Confiamos na
responsabilidade e na análise mais serena dos senhores senadores.
Confiamos, igualmente, que, aqui, a presidência da Casa exercerá
restritamente o seu papel de magistrado, não será um cabo eleitoral de um
vice-presidente traidor e golpista”, disparou o senador.

Para Humberto, o processo na Câmara representou “um golpe contra a
Constituição”. “Não tem outro nome para o que foi feito. Mais de 54 milhões
de brasileiros tiveram desrespeitada a sua vontade expressa nas urnas, em
2014, sem justificativa. Um castigo sem crime. Um assalto à democracia”,
completou.

O senador defendeu a mobilização permanente nas ruas. “Temos o que defender
e lutamos o melhor dos combates. Isto porque temos ao nosso lado o povo
brasileiro que não aceitará perder as conquistas obtidas durante os
governos do presidente Lula e da presidenta Dilma”, afirmou.

Humberto também criticou a postura do vice-presidente da República, Michel
Temer, que vem anunciando possíveis reformas, caso assuma o mandato. “Vamos
brigar até o fim contra a tentativa de retirar do trabalhador os seus
direitos, de ver sumirem programas como o Bolsa Família, o Minha Casa,
Minha Vida, o Pronatec, o Fies”, disse e completou: “A supressão de tudo
isto está do arremedo de programa de governo que, a mando da Fiesp e, com
toda certeza, do PSDB, o vice-presidente golpista já distribui por aí, com
a mesma desfaçatez com que já negocia cargos e promete benesses”.

Para o líder, a condução do processo de impeachment também ameaça a
credibilidade internacional do País. “Não é só o Brasil que hoje está
absolutamente envergonhado pela repercussão internacional daquela farsa
grotesca que aconteceu no dia de ontem. Basta olhar o que dizem alguns
jornais importantes internacionais e revistas também. A Der Spiegel já está
chamando o impeachment de golpe frio. O Página/12, da Argentina, fala
abertamente em golpe institucional no Brasil e dá a um de seus artigos o
título de “O Golpe dos Escravocratas””, exemplificou o senador.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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