Após denúncias veiculas pela imprensa de que o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), virou sócio de uma área de R$ 56 milhões, sendo que possui bens declarados de apenas R$ 1,8 milhão, o líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), pediu a convocação dele para explicar o caso nas comissões de Constituição e Justiça e de Fiscalização e Controle da Casa.
Os requerimentos foram apresentados na semana passada e estão prontos para a pauta. “É importante que o ministro, diante da gravidade das acusações, venha até o Congresso Nacional para prestar os devidos esclarecimentos sobre o assunto. As explicações dadas até o momento não encerram as suspeitas em torno do caso. Precisamos ouvi-lo”, afirma Humberto.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, Ricardo Barros adquiriu metade de um terreno avaliado em R$ 56 milhões para um projeto de condomínio em Maringá (PR) por meio de duas microempresas com capital social de R$ 10 mil cada uma. Na declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral em 2014, mesmo ano da compra, o ministro afirmou ter R$ 1,8 milhão em patrimônio, o que reforça a tese de suposto enriquecimento ilícito.
Para o líder da oposição no Senado, é estranho que duas empresas de pequeno porte, donas de um capital irrisório, tenham sido criadas para comprar um imóvel com valor tão alto. “Daremos a ele, aqui nas comissões do Senado responsáveis por fiscalizar os atos do Poder Executivo, a oportunidade de esclarecer os fatos”, disse Humberto.
O parlamentar já havia apresentado requerimento de convocação de Barros na Comissão de Assuntos Sociais do Senado para explicar as declarações dadas, poucos dias depois de assumir a pasta, em julho do ano passado, de que faria uma “revisão no tamanho do Sistema Único de Saúde”.
Na ocasião, Barros foi até o colegiado e defendeu o incentivo a planos de saúde mais baratos para a população mais pobre, medida criticada por Humberto. “Nós não queremos e nem precisamos disso, porque a Constituição brasileira estabelece que o nosso sistema público de saúde é universal. Portanto, ele é para todos e é gratuito. Não se pode cobrar por ele e ele é integral”, ressaltou.