Após ter vazado, em um evento de campanha política do PSDB, que uma nova fase da operação Lava Jato seria realizada esta semana, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, virou alvo de um requerimento de convocação ao Senado apresentado pelo líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE). Humberto quer que o ministro explique como tomou conhecimento da 35ª fase da Lava Jato, que deveria ser secreta. As informações de Moraes foram repassadas ao Movimento Brasil Livre, grupo que organizou atos contra o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Para Humberto, o ministro fez uso de político de informação privilegiada e que deveria ser sigilosa. “A Lava Jato está virando um instrumento contra os adversários do governo Temer. Estão interferindo diretamente no curso da investigações e dirigindo todos os passos com objetivos políticos. Nas vésperas da eleição, o ministro divulga em ato com caráter claramente eleitoral uma informação que não poderia ter vazado. Parece estar tudo acertado para criminalizar o PT. Estão fazendo uma verdadeira operação boca de urna”, criticou o senador. Na fase da Lava Jato ocorrida nesta segunda-feira, a Polícia Federal prendeu o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci.
Humberto disse ainda que o vazamento de informação sigilosa é crime previsto no artigo 325 do Código Penal e pode implicar em pena de detenção por até dois anos. “O que está acontecendo é muito grave e precisa ser apurado. Vamos cobrar as explicações do ministro de Justiça para não permitir que a Polícia Federal vire instrumento de perseguição política”, afirmou.
Além do requerimento de convocação do ministro, Humberto entrará, juntamente com os demais senadores do PT, com um requerimento de informação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado para que Alexandre de Moraes explique, por escrito, como teve acesso a informações privilegiadas e por que as repassou a terceiros publicamente.