A notícia de que integrantes da família do presidente Jair Bolsonaro (PL) compraram 51 imóveis utilizando dinheiro “vivo” foi notícia de capa do jornal inglês The Guardian, nesta terça-feira (30). Além disso, a BBC de Londres divulgou chamada para o lançamento de um documentário em três partes sobre a relação entre a reeleição de Bolsonaro e os interesses globais sobre a Amazônia.
A reportagem dada com exclusividade pelo site UOL, na manhã de hoje, mostra que metade do patrimônio do presidente e candidato à reeleição foi comprado com uso de dinheiro em espécie. Desde 1990 e até o momento, Bolsonaro, irmãos e filhos negociaram 107 imóveis, dos quais 51 teriam sido adquiridos com pagamento em dinheiro.
Ao longo do dia, Bolsonaro foi a público criticar a mídia nacional, entretanto, alegando defender a liberdade de imprensa. “Podem continuar me criticando, sem problema nenhum. Apanho o tempo todo”, disse, durante sabatina organizada pelo Instituto União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs) com candidatos à Presidência da República.
O presidente destacou que não deu entrevista ao Uol. “Fiquei sabendo que um órgão de imprensa está fazendo levantamento de meus imóveis desde 1990, juntamente com a minha família. Inclusive, vi, eu não converso com essa pessoa que fez essa matéria, mas um conversou. A minha mãe que faleceu está no processo. Dona Olinda, com 94 anos de idade”, continuou.
BBC
O documentário “Os meninos do Brasil: a ascensão dos Bolsonaros” estreia em 5 de setembro, às 21h, na BBC. Produzido pela BBC Studios Documentary Unit, a produção “lança um olhar inflexível sobre a ascensão de Jair Bolsonaro ao poder e as maneiras pelas quais ele moldou o Brasil durante seu tempo no cargo”.
A produção destaca que obteve acesso “sem precedentes” ao círculo íntimo do presidente e inclui “rara entrevista” com o senador Flávio Bolsonaro (PL), “que conta em primeira mão a tentativa de assassinato de seu pai”.
Além do filho mais velho, também aparecem como entrevistados o ex-ministro da Saúde Luiz Mandetta, que analisa o “manejo do presidente na pandemia de coronavírus”, bem como o ex-estrategista político de Trump Steve Bannon; o jornalista Glenn Greenwald e seu marido, o político e ativista LGBTQ, David Miranda.
