Impeachement gera batalha no Senado entre PT e PSDB

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), leu nesta terça-feira (7) em Plenário uma nota de reação ao “golpe” que estaria em curso, supostamente orquestrado pelo PSDB, para levar ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Intitulada “Nota sobre o PSDB e o golpe”, a mensagem de uma página foi lida na íntegra pelo senador, com citação aoutra nota, esta assinada pelo colega Aécio Neves (PSDB-MG), por meio da qual o tucano diz que quem tem “discurso golpista” é o próprio PT de Dilma.

Diante das ameaças que o governo enfrenta formalmente – como a ação contra a chapa presidencial PT-PMDB movida pelo próprio PSDB no Tribunal Superior Eleitoral e a análise, no Tribunal de Contas da União, das contas do quarto ano do primeiro mandato de Dilma –, Aécio diz em sua nota que o PT trata como golpe toda e qualquer investigação levada a cabo contra o partido pela imprensa e por instituições competentes. Em resposta a essa tese, a nota lida por Humberto diz que o PSDB de Aécio “deveria para de falar mentiras contra o PT”.
“Ora, se o PSDB, em conluio com a imprensa que se autodenomina um partido de oposição, quer criminalizar o PT e seu governo no TCU por ações contábeis normais que sempre foram feitas em suas administrações, isso é golpe, sim! Se o PSDB quer criminalizar doações legais e transparentes de campanhas feitas ao PT, quando se sabe que aquele partido oposicionista recebeu, em valores maiores, doações feitas pelas mesmas empresas, isso é golpe, sim!”, registrou Humberto em Plenário, acrescentando que o senador mineiro fica cada vez menos assemelhado à “figura democrática e visceralmente antigolpista de seu avô, Tancredo Neves”, e demonstra estar “cada vez mais inspirado pelo espírito golpista da UDN de Carlos Lacerda”.
Acusando o PSDB de ainda considerar o Brasil como “república de bananas”, dadas as supostas artimanhas jurídicas dos tucanos, o senador petista diz que os oponentes são movidos pelo “ressentimento dos derrotados nas urnas”. “O estado democrático de direito não admite o uso cínico, hipócrita e oportunista da moral de ocasião e a utilização despudorada dos ‘dois pesos e duas medidas’, como aconteceu no caso do mensalão do PSDB”, discursou Humberto, em referência ao julgamento ainda não realizado envolvendo tucanos acusados de caixa dois de campanha, mesmo crime que levou petistas à cadeia

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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