O câncer é uma doença que preocupa muito as pessoas. Mas, nos últimos anos, novas técnicas têm sido implementadas na prevenção e no tratamento aos tipos deste mal. Afinal, os números de casos no mundo são muito altos. Dados da Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC, sigla em inglês) apontam que um em cada cinco homens e uma em cada seis mulheres no planeta desenvolvem câncer durante a vida; e um em cada oito homens e uma em cada 11 mulheres morrem em decorrência da doença. No Brasil, por exemplo, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostra que, em 2019, foram registrados cerca de 582 mil novos casos, sendo quase 282,5 mil em homens e pouco mais de 300 mil em mulheres.
Um dos novos métodos que surgiram com resultados significativos, principalmente na melhoria da qualidade de vida dos pacientes é a Imunoterapia. “Este foi o principal avanço no tratamento do câncer nos últimos anos. Ela age de forma bem diferente da quimioterapia. Enquanto nesta e nas drogas-alvo a meta dos medicamentos é atacar diretamente as células tumorais, na Imunoterapia o principal objetivo é auxiliar o próprio sistema imunológico do paciente a identificar e combater o câncer. É como se ele estivesse adormecido e a Imunoterapia age para reativá-lo, a fim de que ele mesmo consiga destruir as células cancerígenas”, explica Dahra Teles, hematologista do NOA – Núcleo de Oncologia do Agreste.
Apesar de ser um tratamento que tem se apresentado muito eficiente, a Imunoterapia ainda não pode ser aplicado a todos os cânceres. “Cancêr de bexiga, de rim, de pulmão, de cabeça e pescoço e melanomas são alguns dos tipos de tumores tratados pelos oncologistas que podem fazer uso da Imunoterapia. Já na parte da Hematologia, a técnica pode ser utilizada no tratamento de leucemias e linfomas. A escolha do tratamento depende do diagnóstico do paciente, características da doença, se está mais avançada ou em fase inicial, e características do paciente como idade e outros problemas de saúde); após essa avaliação completa, a escolha do tratamento deve ser individualizada, definindo se será realizada apenas imunoterapia, se imuno mais quimioterapia ou se imuno mais radioterapia”, acrescenta a especialista.
A Imunoterapia é composta por diferentes medicamentos que agem de formas distintas com o propósito de estimular o sistema imunológico no combate às células cancerígenas. “A Imunoterapia ajuda o sistema imunológico a atacar as células doentes; com isso, temos menos efeitos colaterais do que no tratamento com quimioterapia. A técnica provoca menos impactos na qualidade de vida do paciente”. E são duas as maneiras mais comuns de administração dos medicamentos: “por via venosa, através de uma veia ou de um cateter implantado, e através de injeção por via subcutânea; a maneira vai depender do esquema escolhido para o tratamento” ressalta Dahra Teles.
9 de junho – Dia Mundial da Imunização: a data, anualmente, refere-se prioritariamente à importância das vacinas no combate a doenças. Mas, a Imunoterapia pode ser inserida em campanhas relacionadas ao tema. “Existe uma relação direta entre vacinas e Imunoterapia, pois algumas vacinas são utilizadas para prevenir o surgimento de cânceres. Um exemplo é a vacina contra o HPV, que atua estimulando o sistema imunológico para que não ocorra o surgimento de câncer do cólo do útero ou do cólo retal. Outro exemplo é a vacina contra a hepatite B, doença que pode evoluir para um tipo de câncer de fígado. Então, as vacinas têm um papel muito importante na prevenção de surgimento de lesões cancerígenas”, conclui a hematologista.