Uma inovação adotada pela Compesa na implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) de Gravatá, no Agreste, está permitindo iniciar os serviços de coleta e tratamento de esgoto antes mesmo da conclusão do empreendimento. Isso está sendo possível graças à nova forma de gerenciamento das obras que reduz, quase pela metade, o tempo de execução das intervenções. Para antecipar os benefícios à população, a companhia instalou, no bairro Alto da Boa Vista, uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE ) Móvel, assim chamada pela capacidade de mobilidade da unidade de um bairro para outro, que permite dar funcionalidade às tubulações (redes, ramais e instalações prediais) já assentadas na localidade.
Trata-se de um modelo simplificado para tratamento de esgoto, composto por tanques (reatores UASB), emissário e outros equipamentos. A unidade tem capacidade de tratar 2,5 litros de esgoto, por segundo, com uma eficiência de 60% no tratamento. No bairro Alto da Boa Vista, a ETE Móvel já está realizando o tratamento do esgoto gerado pelas primeiras 260 ligações prediais instaladas, desde o mês de junho, antes do efluente ser lançado no rio. A previsão é que a unidade – licenciada pela CPRH para operar até dois anos em cada localidade – atenda o total 3,4 mil ligações que serão implantadas no Alto da Boa Vista, oferecendo cobertura para 12 mil pessoas.
Esse modelo exitoso, lançado pela Compesa, já está sendo adotado para os projetos financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), assim como a metodologia condominial, que vem despertando o interesse do Banco alemão KFW – que está viabilizando obras de saneamento rural no estado do Ceará, no valor de 60 milhões de euros. “Uma obra convencional leva de quatro a cinco anos para ser finalizada, com a implantação da rede, emissários, estações de bombeamento e de tratamento. Com o uso da ETE móvel, reduzimos esse prazo para até 18 meses, pois as etapas são realizadas de forma simultânea”, explica Sérgio Murilo, gerente de Programas Especiais da Compesa.
Essa nova de gestão das obras de esgoto também conta com outras inovações significativas, que são a metodologia condominial e a arborização de ruas onde são abertas valas. Até fevereiro de 2018, está previsto que a Compesa conclua a primeira etapa da obra do SES Gravatá, que vai contemplar 30% da área urbana da cidade e beneficiar 35 mil pessoas. A obra recebe o investimento de R$ 35 milhões só nessa fase, recursos do BID e do Governo de Pernambuco. O projeto para atender o restante da cidade ainda está em fase de elaboração. A primeira experiência da companhia em antecipar os benefícios dos investimentos em saneamento para a população foi realizada na implantação do SES Tacaimbó, que também recebeu ações de arborização com o plantio de 250 novas árvores nas ruas da cidade – que antes só contava com 146 árvores.