O ano de 2015 definitivamente demonstrou uma baixa disposição dos micro e pequenos empresários (MPEs) em contratar crédito para seus empreendimentos, refletindo o cenário econômico adverso no Brasil. Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostram que apenas 9,4% desses empresários têm a intenção de procurar crédito pelos próximos três meses. O indicador mensal registrou em dezembro apenas 13,14 e ficou praticamente estável na comparação com o mês anterior, quando registrou 13,47 pontos.
O resultado é considerado baixo, visto que a escala do indicador varia de zero a 100. Quanto mais próximo de 100, maior é a probabilidade de os empresários procurarem crédito e, quanto mais próximo de zero, menos propensos eles estão para tomar recursos emprestados para os seus negócios.
Na avaliação do presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a economia brasileira não inspira a confiança necessária para que os empresários assumam compromissos de longo prazo, principalmente em um momento em que os brasileiros estão diminuindo o consumo de bens e serviços. “Os problemas que compõem o complicado cenário econômico atual contribuem para aumentar as incertezas em relação ao futuro da economia e dos negócios”, diz Honório.
O ambiente de recessão e juros em alta não é, contudo, a única explicação para a baixa demanda por crédito. Entre os empresários que não pretendem contratar, mais da metade (51,6%) dizem que conseguem manter o negócio com recursos próprios, e 25,5% alegam que no momento não estão pensando em fazer investimentos na empresa.
Para aqueles que pretendem tomar crédito nos próximos meses, o microcrédito aparece como a principal modalidade a ser contratada, sendo mencionada por 47,4% dos entrevistados, seguida pelo cartão de crédito empresarial (19,7%). De acordo com o SPC Brasil, o crédito destina-se, principalmente, para capital de giro (46,1%), compra de estoques ou insumos (30,3%) e para a reforma da empresa (25%).