Educação e investimento em pesquisa é a chave do sucesso de Israel no fomento à inovação. A afirmação é de Peretz Lavie, presidente do Instituto de Tecnologia Technion, de Israel. Durante o Innovation Summit, nesta terça-feira (13), o pesquisador descreveu como o país criou um ecossistema de inovação competitivo, no painel “Ecossistemas de inovação: criativos, conectados e competitivos”. O debate também contou com a participação do ministro de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal, Manuel Heitor, e do secretário de Empreendedorismo e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Paulo Alvim.
Segundo Lavie, em 1990, Israel recebeu 1 milhão de imigrantes da antiga União Soviética. Entre eles, pessoas altamente qualificadas, o que ele considera “um milagre para o estado”. A partir daí, o governo decidiu estabelecer um escritório de ciência em cada ministério, sendo responsáveis por encorajar as pesquisas necessárias para o país e em cada área. “A educação é central para criar um ecossistema. Nós educamos as lideranças das indústrias. Estamos educando as pessoas da ponta da pirâmide, nossos alunos se tonarão os líderes das novas tecnologias. A criatividade é um processo social”, complementou.
Em seguida, o ministro de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal falou sobre o caso do país europeu. Manuel Heitor apresentou algumas iniciativas que conduziram Portugal à liderança no prêmio “2019 European Innovation Scoreboard”. O país teve destaque com empresas inovadoras, ambiente favorável e atrativo à pesquisa e desenvolvimento. “Conhecemos a dificuldade do progresso em um contexto não favorável, mas o nosso objetivo é sempre trazer o conhecimento como progresso para criar confiança nas próximas gerações. E isso não tem fórmulas, é um esforço coletivo de unir a cena social, cientifica e política”.
O ministro citou cases de sucesso do país, como o sistema de energia com integração em larga escala e serviços de previsão e produção de energia eólica. Outro caso é a integração de plataformas para a mobilização sustentável no meio urbano por meio de um sistema baseado no consumidor. “Isso alimentou um leque horizontal de competências que desenvolve o sistema”.
Investimento inteligente
A programação do Innovation Summit contou ainda com o painel “Investimento Inteligente: Como investidores podem contribuir para unicórnios brasileiros”, com Douglas Balena, diretor de operações da Resultados Digitais; o vice-presidente e manager director para a América do Norte da Qualcomm Ventures, Carlos Kokron. A professora do Insper, Andrea Minardi, mediou o bate-papo. Carlos Kokron deu dicas para os empreendedores que estão analisando opções de investimentos. Para ele, o primeiro passo é ter ideia do tamanho do fundo e das próprias metas. “O empreendedor precisa aprender que existem vários fundos diferentes e quais os atores com que vai conversar, para ajudar a subir a escada para o próximo patamar. Nesse caminho, o investidor anjo é, provavelmente, o primeiro passo”.
Já Douglas Balena abordou a importância do crescimento das empresas. “Crescer é uma necessidade de sobrevivência. É o que dá atração para a inovação”. Douglas ainda afirmou que conciliar novas rodadas de investimentos com a gestão do business no dia a dia e se adequar às mudanças é uma das maiores dificuldades. “Uma coisa que eu vejo é que os fundos poderiam alavancar o business e estar mais juntos em novas rodadas para que o CEO possa olhar para outras frentes”.