Primeira mulher eleita como vice-prefeita do Recife, Isabella de Roldão (PDT) reafirma que não terá papel coadjuvante na gestão municipal e também nos rumos do seu partido. A agremiação venceu, pela primeira vez, uma eleição no Recife com participação na majoritária. A construção, contudo, foi tumultuada e enseja reparos. Especialmente por conta da retirada da candidatura própria do deputado federal Túlio Gadêlha (PDT), que contrariou a orientação da direção nacional pedetista de apoiar a chapa formada por João Campos e Isabella de Roldão para Prefeitura do Recife. Ele e seus aliados acabaram apoiando a candidatura de Marília Arraes (PT), o que provocou um descontentamento de pedetistas, inclusive, ex-aliados de Gadêlha.
Em contrapartida, Isabella avaliou que as arestas que ficaram serão restauradas e que “a vida vai se encarregando de tirar do caminho pessoas que não estão pelo propósito”. Segundo ela, a eleição deste ano foi importante para identificar “as pessoas que têm ações, atitudes e pensamentos unilaterais, regidos pela vaidade e projetos pessoais”. “Vamos juntar quem tem o propósito para os serviços. Politica é lugar de pessoas comprometidas com o propósito da política e não consigo próprio”, afirmou, em entrevista à Rádio CBN, nesta segunda-feira (30).
Segundo ela, o projeto agora é unir as pessoas comprometidas em ajudar a gestão municipal. “Na política, assim como na vida, de um modo geral, a gente encontra pessoas extremamente comprometidas com o fim ao qual se destina a ação, mas a gente também encontra algumas pessoas que fazem daquilo, da política de forma especial, um trampolim, um processo de vaidade, um enxergar somente para si. E a política não cabe quem olha somente para si. Temos 1.600.000 habitantes no Recife, uma cidade complexa. Se eu ficar presa nos meus sentimentos pessoais, se eu me perder no meu propósito, se eu identificar que meu propósito é somente Isabela, acabou-se a política”, avaliou.
Simbolismo
A vitória tem um simbolismo especial. O pai de Isabella de Roldão, Roldão Joaquim foi vice de Eduardo Campos, pai do prefeito eleito João Campos, na disputa pela Prefeitura do Recife em 1994. Na época, Eduardo tinha a mesma idade de João, 27 anos, mas saiu derrotado.
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