Jair Bolsonaro anuncia plano de privatização e prega união do país

A duas semanas do segundo turno das eleições, o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, vai decidir os rumos da campanha ao Palácio do Planalto. Ele aguarda, na quinta -feira (18), uma nova avaliação da junta médica do Hospital Albert Einstein. Ao que tudo indica receberá alta.

Mesmo com uma liberação médica, o candidato já avisou que pretende participar, de no máximo, dois debates na televisão. E não descarta, por estratégia, não participar de nenhum.

Viagens ao Nordeste, única região do país onde não liderou a votação do primeiro turno, ainda não estão fechadas. O presidente do PSL, Gustavo Bebbiano, disse à Agência Brasil que, embora Bolsonaro queira viajar, todos os detalhes são minuciosamente analisados.

O candidato Jair Bolsonaro (PSL) fala à imprensa após gravação de campanha, no bairro Jardim Botânico.
O confinamento obrigatório desde o ataque à faca não impediu que Jair Bolsonaroto fizesse campanha – Fernando Frazão/Agência Brasil

Combate à violência

“Existe a questão de segurança. Há informes de que o alerta é vermelho, em relação à segurança dele, daqui até o dia das eleições. Então, temos de cuidar tanto da integridade física dele quanto da saúde, que ainda se recupera”, acrescentou Bebbiano. Bolsonaro foi esfaqueado no dia 6 de setembro durante um ato de campanha em Juiz de Fora, em Minas Gerais.

Na primeira semana pós-primeiro turno, a portaria do Condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, assistiu a um vai-e-vem de políticos e correligionários. Bolsonaro saiu de casa poucas vezes, a maioria com destino à casa do empresário Paulo Marinho, integrante do núcleo de campanha, para gravar programas eleitorais. Na primeira saída, na quinta -feira (11), concedeu uma entrevista coletiva para a imprensa após encontro com os deputados eleitos do PSL.

Ao falar sobre combate à violência gerada por divergências políticas, o candidato disse, na primeira vez, que não tinha como controlar as pessoas. “Esta pergunta não deveria ser invertida? Quem levou a facada foi eu. Um cara lá, que tem uma camisa minha, comete um excesso, o que eu tenho a ver com isso? Eu lamento. Peço ao pessoal que não pratique isso, mas eu não tenho controle sobre milhões de pessoas que me apoiam. Agora, a violência vem do outro lado, e eu sou uma prova viva disso”, afirmou o candidato.

Ministérios

Depois, adotou o tom de união pelo país. “Vamos unir o Brasil. Brancos e negros, homos e héteros, pais e filhos, nordestinos e sulistas, homens e mulheres, vamos unir o nosso Brasil e pacificá-lo”, disse durante a coletiva de imprensa.

O confinamento obrigatório desde o ataque à faca não impediu que o candidato fizesse campanha. Com uma campanha pautada nas redes sociais, postou vídeos e entrevistas com críticas contundentes ao adversário, que foram compartilhados por milhares .

Foi através delas que anunciou que, caso eleito, seu governo terá 15 ministérios, que reduzirá impostos para as pessoas de menor renda, que o programa Bolsa Família terá décimo terceiro salário. E que Paulo Guedes, consultor econômico da campanha, o general da reserva do Exército Augusto Heleno, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e o astronauta Marcos Pontes farão parte de seu ministério nas pastas da Economia, Defesa, Casa Civil e Ciência e Tecnologia respectivamente.

Adiantou que fará uma reforma administrativa para cortar “gastos desnecessários” e afirmou que seu plano de privatizações vai agradar o mercado. As primeiras estatais que serão alvo foram as criadas pelos governos do PT. Bolsonaro também disse que irá trabalhar para que não haja mais progressão de pena e saídas temporárias de presos, os chamados saidões.

Visitas

No primeiro programa eleitoral do segundo turno no rádio e na televisão, nesta sexta-feira (12), o candidato fez críticas ao comunismo, ao seu opositor Fernando Haddad (PT) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de mostrar a família, a esposa Michelle, os quatro filhos homens e a filha caçula, Laura.

“O vermelho é um sinal de alerta para o que não queremos no país. A nossa bandeira é verde e amarela e nosso partido é o Brasil”, diz a propaganda do candidato. a

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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