Jairinho e mãe de Henry são presos por morte de menino

O vereador Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho (Solidariedade), e a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, mãe do menino Henry Borel, foram presos nesta quinta-feira (8/4) na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Eles são suspeitos de espancar e matar a criança de 8 anos na madrugada do dia 8 de março.

Segundo a investigação, o vereador agredia o menino com chutes e socos, e Monique sabia dos maus tratos, ao menos, desde fevereiro. Os mandados de prisão temporária foram expedidos pela juíza Elizabeth Louro Machado, do Tribunal do Júri da capital. Eles devem ficar presos durante 30 dias.

O casal afirma que encontrou a criança caída da cama. Porém, a autopsia apontou como causa da morte hemorragia interna no fígado com sinais de violência. A equipe médica afirmou que Henry já chegou morto no hospital. Além do fígado, a criança teve lesões na cabeça, no rim e pulmão.

Relembre o caso
O fim de semana que antecedeu a morte, Henry passou com o pai, o engenheiro Leniel Borel. As câmeras de segurança mostram a hora que o pai deixa a criança no condomínio em que a mãe vive com o Dr. Jairinho, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, às 19h de domingo (7/4).

Segundo Monique, a criança chorava muito por querer continuar com o pai. Ela então o leva à padaria para distraí-lo. De volta ao apartamento, ela diz que Henry dormiu no quarto do casal, enquanto ela e o namorado assistiam a uma série na sala. Ela diz que, por diversas vezes, o filho acordou naquela noite e, por isso, eles foram deitar no quarto de hóspedes e dormiram. Monique relata que acordou por volta das 3h30 e que encontrou Henry no chão com dificuldade para respirar. Em depoimento, ela disse acreditar que a criança tenha se desequilibrado e caído da cama. Apesar de ser médico, Dr. Jairinho não tentou fazer o procedimento de ressuscitação da criança. Em depoimento, ele disse que a última vez que tinha feito o procedimento tinha sido em um boneco na faculdade.

O casal levou a criança para o Hospital Barra D’Or, na Barra da Tijuca, e Monique ligou para o pai de Henry relatando o ocorrido. Os médicos orientaram Leniel a procurar a polícia, que registrou uma ocorrência na 16° DP.

O laudo da morte apontou hemorragia interna e laceração hepática causada por uma ação contundente. A perícia encontrou múltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores; infiltração hemorrágica na região frontal do crânio, na região parietal direita e occipital (na parte da frente, lateral e posterior da cabeça); edemas no encéfalo; grande quantidade de sangue no abdome; contusão no rim, à direita; trauma com contusão pulmonar; laceração hepática (no fígado) e hemorragia retroperitoneal.

Depoimentos
Em depoimento, uma ex-namorada de Jairinho afirmou que ela e a filha foram agredidas pelo vereador quando eles se relacionavam há cerca de oito anos. Na sexta-feira (26/3), a polícia abriu uma investigação para apurar as agressões relatadas pela adolescente de 13 anos, que na época tinha quatro anos. Segundo O Globo, no depoimento, a menina disse que chegou a ter a cabeça afundada por Jairinho embaixo d’água.

A empregada doméstica de Monique deu uma versão diferente dos fatos narrados pela mãe da criança em depoimento à polícia. A mãe havia afirmado que a empregada não sabia da morte de Henry e por isso limpou o apartamento prejudicando o trabalho da perícia. Já a funcionária disse que foi avisada da morte da criança no dia em que foi trabalhar.

Segundo o UOL, Jairinho tentou liberar o corpo de Henry de forma mais rápida sem que ele fosse levado ao Instituto Médico Legal (IML). Apesar das tentativas, os pedidos foram negados devido à gravidade das lesões na criança.

Correio Braziliense

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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