Jornal da Paraíba vai deixar de circular no formato tradicional de papel

Walter Santos
     WSCOM

Circula nas redes sociais e entre diversos formadores de opinião o comunicado do empresário Eduardo Carlos, presidente da Rede Paraíba de Comunicação, informando que no próximo dia 12 (terça-feira) a versão impressa do Jornal da Paraíba – diário com 45 anos no mercado – deixa de circular no estilo tradicional e passa a existir exclusivamente na versão digital.

  
Conhecendo como imagino conhecer o empresário José Carlos da Silva Júnior, um vitorioso na iniciativa privada, somente os números frios da receita e despesa poderiam fazê-lo ser convencido de que o seu jornal no formato tradicional a lhe dar orgulho não podia mais continuar acumulando prejuízo.

NOVA REALIDADE DE MERCADO

O fato é que Eduardo Carlos resolveu assumir a difícil decisão de estancar prejuízo numa matriz de informação superada pela velocidade do que surgiu depois do advento da WEB, mas onerosa com custo de papel e derivados de petróleo em dólar.

Também não se trata de fracasso porque o Grupo manterá o jornal no formato digital ao qual todos os impressos devem migrar no decorrer dos dias.
Traduziu-se, isto sim, em acatamento à realidade da revolução mais impactante de todos os tempos advindas da Internet e, ato seguinte, as redes sociais. Não dá para competir com a velocidade e volume expressos a cada minuto na WEB.

Certamente, com esta decisão, o Grupo deva proceder novos cortes de pessoal e reengenharia porque a barra anda pesada demais.

EFEITOS NO MERCADO

A decisão do grupo inspirado a partir do empresário José Carlos da Silva Júnior deve ser seguida muito em breve, por exemplo, pelo Jornal Correio da Paraíba, cujo trato de avaliação e possibilidade de seguir mesmo rumo já se fez sentir em diversas reuniões.

Impressos nacionais também vão ter que encarar este duro e inevitável caminho de readequação de meios. Não é à toa que a Revista NORDESTE já trabalha forte e se expandindo cada vez mais para a modalidade digital.

ALÉM DA NOVA CULTURA, A CRISE

Os novos hábitos levando até mesmo as gerações acima dos 50 anos a migrar fortemente para a plataforma digital, através do mobile (fruto dos celulares cada vez mais sofisticados) fizeram com que, aos poucos, até mesmo os anunciantes tenham migrado também para esta nova realidade cultural.

Os anunciantes tradicionais também passaram a investir menos no impresso, realidade que foi aguçada nos últimos tempos pela crise econômico – financeira mantida no Brasil pela crise política no Congresso Nacional e pela postura partidária da grande mídia de incentivar, artificializar mais ainda os momentos de retração.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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