Junho pode marcar volta gradual do futebol em Pernambuco

Junho chegou e, com ele, ciclos terminam e começam, com mudanças no futebol brasileiro em meio à pandemia. Clubes do Sul do País, região menos afetada pelo novo coronavírus, voltaram a treinar. Alguns do Sudeste, como Flamengo e Cruzeiro, por exemplo, também iniciaram os trabalhos. No Ceará, o regresso às atividades acontece hoje. Em Pernambuco, a previsão é de uma retomada de forma gradual das atividades. A ideia é preparar o terreno na segunda quinzena do mês e retomar os campeonatos em julho. O primeiro semestre está perto da conclusão e os próximos 30 dias serão cruciais para imaginar o que será do esporte na metade final de 2020.

Náutico, Santa Cruz e Sport aguardam a liberação do Governo de Pernambuco para retornar aos treinos. O estado ultrapassou recentemente a marca de 30 mil casos da Covid-19. Por enquanto, os clubes estão seguindo uma cartilha de treinos preparada pela preparação física, fazendo as atividades em casa. A previsão da FPF é que, na segunda metade do mês, os clubes voltem os trabalhos. Ainda não há datas da fase final do Campeonato Pernambucano ou da Copa do Nordeste, competições que antecedem os nacionais.”É um exercício de futurologia. Pensando no cenário atual aqui, a volta aos treinos ainda em junho parece impensável. Sobre os campeonatos, o ideal seria começar com portões fechados, talvez apenas com jogos na capital para evitar o deslocamento, além de fazer inspeções cuidadosas nos locais e testes nos atletas”, afirmou o jornalista Cássio Zirpoli.

A Confederação Brasileira de Futebol (FPF) preparou um protocolo nacional de volta ao futebol, documento que reúne regras sobre como os clubes devem agir para garantir a saúde de atletas, funcionários e membros que trabalham na área esportiva. A medida será adotada em todo o Brasil e deve começar a valer já neste mês. Há pontos citando acesso reduzido ao campo aos profissionais de imprensa; entrevistas coletivas virtuais; credenciamento de no máximo 40 pessoas por equipe no local do jogo; entrada e saída separada dos atletas no gramado; teste nos jogadores e comissão técnica; evitar contato na comemoração do gol; e reduzir exames antidoping.

Clubes da Série A, como o Sport, tiveram redução no repasse das cotas de televisionamento, de abril até junho. Na Série B, os representantes já pediram um “socorro” à CBF para conseguir verbas e amenizar o prejuízo do período de paralisação dos jogos. Na Série C, as instituições receberam R$ 200 mil cada da entidade máxima do futebol nacional. Em Pernambuco, o Trio de Ferro fez nas últimas semanas campanhas para aumentar o número de associados, ações de marketing de novos padrões, bilhetes virtuais de jogos históricos e outros planos para manter o torcedor próximo.

Comparativo

A Alemanha já reiniciou seu nacional – de portões fechados. Itália, Espanha e Inglaterra pretendem retomar seus respectivos campeonatos neste mês. O Brasil tenta usar como base o cenário na Europa, mas a realidade aqui não é tão uniforme. “O nosso caso é único pela estrutura, pelas dimensões do País e pelo tipo de calendário. Outros lugares do mundo não têm estadual, por exemplo. Eles estão finalizando seus torneios e não começando. Acredito que a tendência é o Brasileiro terminar em 2021, lá para fevereiro ou março. A última vez que isso aconteceu foi em 2000, que foi finalizado em 2001, não por conta de doença, mas sim um problema em São Januário (arquibancada desabou na final entre Vasco e São Caetano). Aqui, eu acho que ideal seria manter o mesmo regulamento e não tentar mudá-lo para encaixar tudo em dezembro”, explicou Zirpoli.

Folhape

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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