Júri começa com duas horas e meia de atraso

Do G1/PE

Com duas horas e meia de atraso, teve início nesta segunda-feira (24) o julgamento de três dos quatro acusados de matar o promotor de Justiça Thiago Faria Soares, em Itaíba, no Agreste do estado: José Maria Pedro Rosendo Barbosa, Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva. A sessão começou após os advogados entrarem com recursos para adiar o julgamento e que não foram aceitos.

Por falta de advogado, o quarto réu, José Maria Domingos Cavalcanteh, teve seu julgamento adiado para o dia 12 de dezembro deste ano. O júri é formado por sete pessoas, sendo seis mulheres e um homem. O julgamento, que deve durar até o fim da semana, acontece no Fórum Ministro Artur Marinho, na sede da Justiça Federal no estado, três anos após o crime. O quinto acusado, Antônio Cavalcante Filho, está foragido.

O promotor foi assassinado na estrada e dentro de seu veículo no dia 14 de outubro de 2013. Ele estava, no momento do crime, ao lado de sua noiva, Mysheva Freire, e do tio dela, Adautivo Elias Martins. Os réus respondem por homicídio doloso do promotor e pela tentativa de homicídio contra Mysheva e Adautivo.

O sorteio dos que compõem a mesa do júri ocorreu por volta das 10h40. Ao longo dia, haverá a formação do conselho de sentença, a abertura dos trabalhos e os depoimentos de Mysheva e do delegado federal Alexandre Alvez, encarregado pela investigação. A sessão está prevista para encerrar até as 20h.

Para a acusação, as provas anexadas no processo são mais que suficientes para condenar os réus. “Havia uma desavença entre o José Maria Rosendo e as vítimas Thiago e Mysheva. Anexamos chamadas que eles [réus] fizeram e vídeos de testemunhas ouvidas durante as investigações. Existem provas e ligações telefônicas que evidenciam o crime”, afirmou o procurador Luiz Vicente Queiroz. Mesmo estando presente no crime, Mysheva não será ouvida na condição de testemunha, e sim de vítima.

Em contraponto, a defesa alega que não há provas para incriminar os acusados. “Hoje nós temos um árduo trabalho de mostrar esses deslizes. Essas informações que foram alteradas estão conduzindo o processo para um erro. Por exemplo, Edimanci foi reconhecido como o atirador e depois foi provado que ele não estava no crime. Depois desse momento, Mysheva voltou atrás e disse que nunca o reconheceu. Outra mentira. Querem condenar os acusados mesmo sem provas”, declarou o advogado Anderson Flexa.

A juíza determinou o pagamento de uma multa no valor de trinta salários mínimos para o advogado de José Maria Domingos Cavalcante, Emerson Leônidas, por não ter justificado a ausência. Mais cedo, o mesmo réu entrou com um pedido de adiamento que não foi aceito pela magistrada.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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