Lançado satélite brasileiro que vai assegurar as comunicações militares e acabar com apartheid digital

Lançado com sucesso o primeiro Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) nesta quinta-feira (4), às 18h50, da base de Kourou, na Guiana Francesa. O SGDC, lançado hoje pelo veículo Ariane 5, levará internet banda larga para todo o território brasileiro, além de expandir a capacidade operacional das Forças Armadas, por exemplo, em operações conjuntas nas regiões de fronteira terrestre.

Do Centro de Operações Espaciais Principal (COPE-P), localizado na Base Aérea de Brasília (Ala 1), o presidente da República, Michel Temer, acompanhou o lançamento do SGDC, juntamente com os ministros da Defesa, Raul Jungmann, e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab; do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato; do presidente da Telebras, Antonio Loss; e demais autoridades.

Ao final do lançamento o presidente Temer fez uma breve declaração à imprensa ressaltando a importância do Brasil ter seu próprio satélite de comunicação. “Vamos democratizar o fenômeno digital em nosso País, já que a banda larga vai atingir todos os recantos. É um grande momento para o Estado brasileiro”, disse o presidente.

Para o ministro da Defesa, Raul Jungmann, o feito atende os interesses nacionais. De acordo com Jungmann, todas as comunicações sigilosas passarão pelo satélite brasileiro, assim como as comunicações estratégicas do governo.

“A segurança das comunicações é algo absolutamente decisivo. Como o satélite será operado pela Aeronáutica e a criptografia utilizada é verde-amarela, nós teremos segurança nas comunicações militares, com soberania e independência, mantendo nossa capacidade de resposta e dissuasão a um nível que é requerido para um país das dimensões e os compromissos que tem o Brasil”, afirmou o ministro Jungmann.

O projeto do SGDC, que terá uma vida útil de 18 anos, é uma parceria entre os ministérios da Defesa e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, e envolveu investimentos da ordem de R$ 2,7 bilhões. O satélite terá a função civil de levar a banda larga a todo território brasileiro, permitindo maior inclusão social e na área militar, assegurar soberania e aumentar a capacidade operacional. Dentro de 10 dias o satélite estará posicionado na sua órbita, a 75º oeste, a mais ou menos 36 mil quilômetros da Terra.

A Visiona, Telebras, Ministério da Defesa, Agência Espacial Brasileira e INPE, entidades participantes do Programa SGDC, puderam se capacitar no estado da arte da tecnologia de projeto e desenvolvimento de satélites, classe geoestacionário. Ao longo de todo o Programa cerca de trinta engenheiros trabalharam lado a lado com o fabricante francês do satélite (Thales) em todas as fases do projeto, desde a concepção até os testes finais de aceitação.

O envolvimento da Força Aérea Brasileira no projeto está relacionado ao fato de a instituição estar a cargo, segundo a Estratégia Nacional de Defesa, do desenvolvimento da área espacial no País. É da FAB a responsabilidade pela operação e pelo monitoramento do satélite. Foi criada, para isso, uma nova organização militar, o Centro de Operações Espaciais Principal (COPE-P), em Brasília (DF), onde cerca de cem profissionais irão se revezar em três turnos para dar suporte ao funcionamento do satélite – 24 horas por dia. Também no local foi instalado uma antena com 18 metros de altura, 13 metros de diâmetro, e que fará o contato com o satélite.

O Satélite, adquirido pela Telebras, terá uma banda KA, que será utilizada para comunicações estratégicas do governo e implementação do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), e uma banda X, que corresponde a 30% do equipamento, de uso exclusivo das Forças Armadas. O Ministério da Defesa investiu cerca de R$ 500 milhões para utilização da banda X.

Com isso, o Brasil passará a fazer parte do seleto grupo de países que contam com seu próprio satélite geoestacionário de comunicações, diminuindo a necessidade de alugar equipamentos de empresas privadas, o que vai gerar uma economia significativa aos cofres públicos e maior segurança em suas comunicações.

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