Líder aponta alternativas

Do Blog da Folha

Ontem foi mais uma mostra de que não será fácil passar a reforma política desejada e prometida pela presidente reeleita Dilma Rousseff como sua prioridade a partir do ano que vem. Até o líder do governo na Câmara dos Deputados, Henrique Fontana (PTRS), já está contemporizando. Ele disse que a reforma política não necessariamente precisará ser precedida por um plebiscito, como defendeu a presidente em seu discurso da vitória, no último domingo. “Temos diversas alternativas (para a reforma política). O importante é que ela seja votada pelo Parlamento”, afirmou
Fontana.

O petista, que foi relator de uma proposta de reforma política que tramitou no Legislativo e que ressaltou estar manifestando sua opinião, não descartou que as mudanças político-eleitorais, depois de votadas pelo Legislativo, sejam alvo de um referendo, posição defendida pelo PMDB, maior partido da base aliada.

De acordo com ele, o Congresso Nacional pode optar por diferentes caminhos: dar prioridade à proposta encampada por entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), fazer uma consulta popular prévia que marque as diretrizes para a reforma política – o plebiscito – ou ainda chamar um referendo depois que o tema tenha sido votado. “Dá para agregar ao projeto da OAB a ideia do referendo”, alegou.

Mas Humberto Costa, líder do PT no Senado, acha que é possível sim que a consulta popular possa vingar ainda no próximo ano. “É a melhor alternativa, pois coloca a população de forma mais ativa no processo de decisão. Nós achamos que é a melhor maneira. Essa última eleição mostrou que o modelo eleitoral está atrasado. Que o financiamento público das campanhas precisa ser aprovado de forma urgente”, defendeu.

Se até a base se divide, na oposição é que a proposta não encontrará eco. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse, ontem, que a intenção da presidente Dilma de aprovar uma reforma política no Congresso por meio de um plebiscito é um “novo equívoco”.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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