Lídio Cavalcanti: um gênio que faz muita falta

Por Hérlon Cavalcanti

Dia 04 de agosto de 1928, em uma manhã de sábado na Cidade de Garanhuns Agreste Meridional, nascia o pequeno Gênio: Lídio Bezerra Cavalcanti. Filho de Nabor Cavalcanti um professor de literatura e música e Benvinda Bezerra doméstica, o pequeno Lídio desde cedo já demostrava o dom da oratória, do improviso e da poesia popular.

O tempo foi passando e Lídio ao lado dos 10 irmãos foram vivendo uma vida de sacrifício e muita luta. Aos 22 anos de idade,lídio chega a Caruaru para trabalhar em uma loja de tecido. Seu sucesso foi tremendo, pois ele colocava nome de poetas nas peças de tecidos e ficava declamando poesias e vendendo os retalhos de cada fardo. Sua fama ganhou as ruas e logo foi convidado para trabalhar nos meios de comunicação. Lídio foi funcionário das emissoras de rádios, Cultura, Difusora, liberdade.Lídio Bezerra Cavalcanti, que fez da sua vida uma verdadeira entrega para a arte, cultura e valorização dos nossos artistas. Nesse compasso do tempo, um universo de lembranças perpetua.

Era década de 1960, caruaru era uma cidade pacata e cheia de encantos e efervescência da cultura popular de raiz. O visionário cultural Lídio Cavalcanti teve uma ideia em transformar o terraço da radio Liberdade-AM em um espaço de show em seus programas: Brasil caboclo e Agreste em Festa (a maior festa do agreste) o espaço foi ficando pequeno e logo arrumaram um caminhão criou a caravana e foram para as ruas fazer a festa. Era assim em cada semana e a coisa foi tomando forma e logo a cidade estava com o clima de festejos juninos encantador, contagiando por onde passava.Lídio foi quem deu o pontapé inicial nos festejos juninos da nossa cidade nos programas de rádio. Os programas eram grandiosos e logo foi copiado por outras emissoras.

Lídio ainda criou a novena de ‘‘Maria Rezadeira”, o concurso de ruas mais ornamentadas com temática junina em Caruaru, a Festa do Umbu, no Monte Bom Jesus, e o Festival de Fogueteiros e Baloeiros. Além disso, ajudou a criar o Museu do Cordel ao lado do poeta Olegário Fernandes, Lídio também foi funcionário Público Federal levando arte e literatura para 900 cidades do Brasil através do programa MOBRALTECA, ele também descobriu e revelou vários talentos radiofônicos, deixou uma biblioteca com mais de três mil livros e escreveu várias obras que viraram canções, como ‘‘Caruara, Caruaru’‘, ‘‘Mané Gostoso.” “Calor lá dentro” “Palmeirinha palmeirᔓPirulito feito de mel entre outras dezenas de sucessos gravados por Azulão, Jacinto Silva, banda de Pífanos dos Bianos, Valmir Silva entre outros. Ele também deixou seis livros de poesias e quatro de histórias de Caruaru para serem publicados.

Hoje, me sinto com a responsabilidade de manter viva a sua história. Apresento na Rádio Cultura do Nordeste, todos os sábados, das 15h às 18h, o programa ‘‘Sábado Cultural”, semente da sua história. Lídio é patrono da Academia, Caruaruense de Literatura de Cordel.
Lídio Cavalcanti sempre foi (e será) uma bandeira Cultural que continua hasteada em nossa história. Lídio Cavalcanti faleceu em 06 de fevereiro de 2002. Sua ausência é sentida em cada toque de sanfona, zabumba, triangulo ou em cada verso que a toda hora é declamado solto no ar do universo poético que norteia essa cidade e que o tempo jamais vai apagar.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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